Escrito por: Silvana Cortez, da FNU

Eletricitários lançam Campanha em Defesa da Aposentadoria Especial na Câmara Federal

Categoria diz que os profissionais tem riscos no trabalho com eletricidade, que pode levar ao choque elétrico e o arco elétrico, que levam à morte ou invalidez permanente

FNU

No próximo dia 9 de agosto (terça-feira), às partir das 9 horas, junto ao relançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, na Câmara dos Deputados, os eletricitários lançam a Campanha em Defesa da Aposentadoria Especial dos Eletricitários. No evento será exibido um vídeo para sensibilizar parlamentares e a sociedade sobre a importância do direito à aposentadoria especial a grande parte dos eletricitários que trabalham expostos à eletricidade, correndo risco de acidentes e até mortes.

Os riscos do trabalho com eletricidade incluem o choque elétrico e o arco elétrico, que levam à morte ou invalidez permanente. Além disso, esses trabalhadores são submetidos a jornadas de trabalho excessivas, sob chuva ou sol, frio ou calor, em locais remotos de difícil acesso, especialmente em situações de emergência ou com prazos apertados para a conclusão dos trabalhos.

Categoria perdeu direito com reforma da Previdência

Os eletricitários que trabalham expostos aos riscos de choque elétrico perderem o direito à aposentadoria especial em 2019 juntamente com outras categorias, como mineiros e vigilantes, com a aprovação da Emenda 103, a Reforma da Previdência, do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Depois disso, foi aprovado pelo Senado o Projeto de Lei 245/2019 que resgata a aposentadoria especial para algumas categorias, mas não atende os eletricitários. Agora, esse PL tramita na Câmara do Deputados, onde foi apensado ao PLP 42/2023.

Para corrigir a injustiça cometida pela reforma da Previdência com os eletricitários, é fundamental que os deputados incluam uma emenda objetiva, que garanta a aposentadoria especial ao trabalhador que, de forma habitual e permanente, esteja sujeito ao risco de choque elétrico em tensões superiores a 250 Volts.

A categoria afirma que a concessão da aposentadoria especial a esses profissionais não irá gerar custos extras ao Estado. As empresas empregadoras dessa mão-de-obra já contribuem de forma diferenciada para a previdência social, por meio do Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT), com alíquotas extras que variam de 6% a 12%. Todas essas considerações estão abordadas no vídeo de uma forma didática e bastante ilustrativa, como cenas de trabalho dos profissionais em risco e de acidentes graves.

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU) Elvio Vargas, explica que é inquestionável a necessidade de se regulamentar os critérios que se referem ao benefício da aposentadoria especial, especialmente de forma que atenda princípios técnicos, éticos, morais, e que seja exequível sob a ótica de não se onerar demasiadamente o Estado.

“Entretanto, também é inquestionável a necessidade de se preservar a integridade física e saúde dos trabalhadores que realizam atividades em condições especiais durante sua vida laboral, buscando o benefício da aposentadoria em condições dignas, em condições física e mental de forma que seja possível efetivamente usufruir do referido e justo benefício”, conclui.