Escrito por: Redação CUT
Taxa recorde de desemprego, precarização dos postos de trabalho, insegurança e fragilidade na proteção social são desafios do movimento sindical logo no início da tragédia anunciada do novo governo
Em dois anos, a gravíssima recessão colocou quase 7 milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros no desemprego. Depois de chegar a 6,5%, em 2014, um dos menores patamares da série histórica da PNAD-IBGE, a taxa de desemprego saltou vertiginosamente para 13,7% (março-2017) em dois anos, levando ao desespero 13,8 milhões de brasileiros e brasileiras.
Nesse período, o emprego protegido com carteira assinada despencou com a eliminação de 3,9 milhões de postos de trabalho. De outro lado, o emprego desprotegido, sem carteira, subiu com o surgimento de novos 2 milhões de postos e o número de trabalhadores por conta própria, os chamados autônomos, aumentou em mais de 3 milhões. Hoje, 27 milhões de pessoas são consideradas pelo IBGE como “subutilizadas no mercado de trabalho” brasileiro, grande parte desempregada e desalentada.
Nas famílias dos trabalhadores brasileiros, o desemprego dificulta e impede o sustento do orçamento doméstico. O desespero chega e atinge muitos. A pressão por qualquer alternativa de renda submete principalmente jovens e mulheres a aceitar trabalhos precários e com baixíssimos salários. Ansiedade, angústia, depressão e isolamento fazem parte do cotidiano de milhões de pessoas nessa situação.
O desemprego caiu de 13,7% para 11,6%, segundo dados do IBGE de dezembro de 2018, mas por força de postos de trabalho informais, com baixos salários e sem perspectivas.
O governo do ilegítimo Temer, que chegou ao fim, desmontou, vendeu e entregou, principalmente aos estrangeiros, muitos dos instrumentos que o Estado possui para mobilizar o crescimento econômico. O País está travado, a economia anda de lado e os resultados são sentidos pelos trabalhadores no seu dia a dia.
Uma economia anêmica, sem vigor, entrega para seu povo trabalhador a precarização dos postos de trabalho, a insegurança no cotidiano e a fragilidade na proteção social. Os cortes orçamentários são sentidos na saúde, educação e segurança pública.
As mudanças na legislação trabalhista (2017) foram impostas pelo governo e Congresso Nacional com o alarde de gerar empregos. Estão aí! O desemprego caiu de 13,7% para 11,6%, segundo dados do IBGE desta sexta-feira (28/12), mas por força de postos de trabalho informais, com baixos salários e sem perspectivas de melhora. As mudanças vieram para tirar ainda mais direitos e são pioradas pela altíssima rotatividade.
O horror trabalhista só não é maior porque os trabalhadores e seus sindicatos resistem e lutam e, assim, seguirão em 2019. O Brasil vem entregando sua soberania. Os resultados estão aí, visíveis e sensíveis, no mundo do trabalho e na vida de milhões de brasileiros e brasileiras. Mudar o rumo das coisas será uma tarefa de luta contínua, para a qual a CUT e seus sindicatos se mobilizarão em 2019!
Vagner Freitas
Presidente Nacional da CUT