Escrito por: Redação CUT
É o pior resultado registrado desde 2018
Em 2021, 47,7% das negociações salariais do setor privado ficaram abaixo da inflação, apenas 15,8% ficaram acima, 36,6% empataram e as demais ficaram abaixo da alta inflacionária, de acordo com levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou 2021 com alta de 10,16%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É o pior resultado registrado em quatro anos, desde que o Dieese começou, em 2018, a avaliar as negociações inseridas na base de dados do Mediador do Ministério do Trabalho; e também o mais fraco desde 2003, se for considerada uma série mais longa, iniciada em 1996, e que leva em conta uma amostra de apenas 800 categorias.
De acordo com reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, o reajuste médio de 16,3 mil negociações concluídas e inseridas até o dia 6 de janeiro na base ficou em 0,86% abaixo da inflação.
Entre 1996 e 2002, 40% das negociações perdia para inflação. Em 2003, com a inflação em alta, 58% das negociações ficaram abaixo do INPC. De 2004 em diante, a parcela de negociações com reajustes acima da inflação predominou. Em 2015, o quadro piorou. Desde 2018, com o enfraquecimento da atividade agravado pela pandemia e a alta do desemprego, a situação complicou para o trabalhador.