Escrito por: Redação CUT
“Muitas pessoas abriram seu próprio negócio porque não tinham outra opção", reconhece Joseph Couri, presidente do Simpi-SP
Nos últimos quatro anos, aumentou em 20% o número de trabalhadores que viraram empreendedores após ficarem desempregados, segundo levantamento feito pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi-SP) em conjunto com o Datafolha.
Em 2022, mais da metade dos micro empresários em São Paulo (54%) não estavam trabalhando ao abrir o próprio negócio, enquanto 42% dos entrevistados afirmaram ter deixado um emprego para empreender.
"Estamos vivendo um momento crítico, com a questão da pandemia e a guerra na Ucrânia. Foram muitos baques financeiros e das cadeias produtivas. O que se percebe é que muitas pessoas abriram seu próprio negócio porque não tinham outra opção", afirma Joseph Couri, presidente do Simpi-SP.
A avaliação de Couri leva em consideração os dados nada animadores da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitca (IBGE). No trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego recuou e fechou em 9,3%, ou 10,080 milhões de desempregados, mantendo a trajetória de queda dos últimos meses. Foi o menor índice para o período desde 2015.
Mas, a pesquisa do IBGE também mostrou queda de renda estimada em R$ 2.652, o rendimento médio ficou estável no trimestre e caiu 5,1% em 12 meses. Mostrou ainda mais um recorde na taxa de informalidade (40%), que atinge 39,3 milhões de trabalhadores.
Talvez por isso, a pesquisa do Simpi-Datafolha aponta que subiu neste ano se comparado a 2018, a avaliação de que a situação financeira melhorou após a abertura de empresas.
Para 74% dos entrevistados, a situação atual é melhor do que antes de empreender. Há quatro anos, 58% dos empreendedores estavam satisfeitos.
O levantamento ainda mostra que quase metade dos empreendedores (49%) trabalha seis ou sete dias por semana. E que, neste ano, eles estão trabalhando por mais horas —59% dos empresários afirmaram trabalhar mais de 9 horas por dia. Em 2014, o percentual era de 55%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 27 de julho e ouviu 243 empresários em São Paulo.