Em Alagoas, mulheres contra a violência machista
Milhares de manifestantes ocupam as ruas de Maceió
Publicado: 08 Março, 2016 - 16h15 | Última modificação: 08 Março, 2016 - 16h23
Escrito por: Sinteal-AL
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Marcha Mundial das Mulheres, da qual fazem parte a CUT, o MST e outros movimentos sociais, realizaram em Alagoas, nesta terça-feira, 8 de março, um grande ato público em Maceió. A mobilização começou às 9h, com um café da manhã na Praça do Centenário, de onde partiu uma caminhada em direção ao centro da cidade. Mais de três mil pessoas, de diversos movimentos do campo e da cidade, pararam as ruas de Maceió.
O Sinteal (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas) esteve presente no ato com mulheres da capital e do interior, levando suas bandeiras e fortalecendo a unidade entre as mulheres. O dia amanheceu com diversas faixas do Sinteal em homenagem ao dia espalhadas pela cidade, reforçando a luta das mulheres.
As manifestantes levaram às ruas diversas pautas de reivindicação. Diante da realidade de Alagoas, o combate à violência contra a mulher continua sendo uma pauta de destaque. “Muitas mulheres foram agredidas e até mortas nos últimos meses, por companheiros motivados pela cultura machista, que ainda enxerga a mulher como propriedade do homem”, disse Girlene Lázaro, Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Alagoas.
Outro ponto de destaque no protesto foi o grito do socorro em defesa do PAM Salgadinho. “A Prefeitura de Maceió está agindo com descaso em relação a este posto de saúde que tem sido referência no atendimento à população, e hoje é o principal ponto de apoio às mulheres em tratamento de Câncer e AIDS. A mulher pobre, que depende da saúde pública, é quem mais está sofrendo com isso. Não vamos aceitar o fechamento do PAM”, disse Girlene.
No âmbito nacional, elas se posicionaram em defesa da democracia, repudiaram o golpe, mas também exigiram avanços de direitos. “Lutamos contra a Reforma da Previdência, por uma educação igualitária e não discriminatória, pela legalização do aborto, em defesa da democracia, pela ampliação das creches e aprovação de licença paternidade e maternidade compartilhada, trabalho doméstico decente, políticas para mulheres rurais e das florestas... São muitas questões a serem resolvidas, e por isso vamos às ruas no país inteiro”, explicou a representante da CUT, que também faz parte da coordenação da MMM-AL.
A Marcha Mundial das Mulheres é uma organização independente, presente nos cinco continentes, e conta com a participação de diversas organizações de mulheres que lutam pela igualdade de direitos. Em Alagoas, é composta por entidades sindicais, como a CUT e sindicatos filiados, movimentos de estudantes, movimentos sociais em geral, partidos políticos, e mulheres independentes, que não estão ligadas a nenhuma organização.
Estão sendo esperadas cerca de mil mulheres, de várias regiões do estado. Além do ato, que será unificado, as diversas entidades estão realizando atividades descentralizadas, como debates com mulheres rurais da FETAG em vários municípios diferentes, Encontro da Mulher do Sindprev, Encontro da Mulher do Sinteal, Roda de conversas de Mulheres do Sindjornal, e debates de trabalhadoras rurais e pescadoras (MMTRP), também em vários municípios diferentes.