Milhares de educadores gaúchos decidem continuar a greve
Educadores fazem assembleia e demonstram revolta com atrasos e calotes nos salários
Publicado: 29 Setembro, 2017 - 17h43 | Última modificação: 30 Setembro, 2017 - 15h58
Escrito por: CUT-RS e Lucas Rohan, do Sul 21
Milhares de professores e funcionários de escola da rede estadual lotaram o ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, na manhã desta sexta-feira (29), e decidiram, por ampla maioria, continuar a greve deflagrada no último dia 5 de setembro.
A votação ocorreu logo no início da assembleia geral da categoria.
No fim da tarde desta quinta-feira (28), o secretário de Educação, Ronald Krummenauer, e o chefe da Casa Civil, Fábio Branco, haviam se reunido com o comando de greve do Cpers.
Os representantes do governo Sartori pediram o fim da mobilização, porém sem apresentar novas propostas que não fossem os já anunciados pagamentos, em primeiro lugar dos menores salários e indenização pelo índice da poupança àqueles que tiveram seus salários parcelados –, enquanto o próprio Cpers já ganhou ação coletiva na Justiça que obriga o governo a ressarcir os prejuízos com juros e correção monetária.
“Só mudou de nome, de parcelado virou atrasado. O parcelamento acabou e começou o atrasamento”, criticou a presidenta do Cpers Sindicato Helenir Aguiar Schürer. Segundo ela, apenas 19,7% dos professores receberam seus salários nesta sexta-feira.
A maior parte receberá somente no próximo dia 11.
“A grande maioria não sabe como vai se manter porque começam a chegar as faturas daquilo que nós vivemos, os empréstimos. Parece que isso não faz com que o governo reflita e isso nos força a manter a greve e cada vez mais forte”, afirmou Helenir.
Após a proclamação do resultado, os milhares de professores e professoras comemoraram com gritos de “fora, Sartori”. Outras pautas foram colocadas em votação na sequência e aprovadas, como a busca pelo fortalecimento da paralisação a partir da procura pelas escolas e professores que ainda não aderiram ao movimento.
Os milhares de manifestantes deixaram o Gigantinho perto das 11h e seguiram em marcha até o centro de capital gaúcha, onde participaram de um ato no Largo Glênio Peres e depois marcharam até o Palácio Piratini.
No caminho, os educadores recebiam aplausos e sinais de positivo de moradores, que acompanharam o movimento das janelas de suas casas. As manifestações de apoio foram observadas também quando a marcha passava em frente a órgãos públicos, como a Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), na avenida Praia de Belas.
Acompanhe a cobertura completa dos protestos desta sexta-feira pelo Sul21 aqui.
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