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Em ato contra juros altos, CUT denuncia boicote de Campos Neto à economia do país

Atos contra os juros altos prosseguem na quarta-feira (20), em diversas localidades. Hoje em ato, em São Paulo, a vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira defendeu a taxação dos super-ricos e a baixa dos juros

Publicado: 19 Setembro, 2023 - 15h42 | Última modificação: 19 Setembro, 2023 - 16h17

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha

Roberto Parizotti (Sapão)
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Ato em frente à sede do BC, em São Paulo

Em ato realizado em frente à sede do Banco Central (BC), em São Paulo, nesta terça-feira (19), contra os juros altos, a vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira, defendeu a redução da Selic em mais de meio por cento como prevê o mercado financeiro, e acusou o presidente da instituição financeira, Roberto Campos Neto, de boicotar a retomada da economia do país.

O ato faz parte de uma campanha da CUT e demais centrais contra os juros altos, com a realização de protestos sempre nos dias em que são realizadas as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, em que é definida a Selic. A taxa atualmente está em 13,25% - a maior do mundo. E é este absurdo que a CUT e as demais centrais vêm combatendo.

“Nós estamos todo ano nessa briga contra os juros altos, toda reunião estamos aqui e amanhã [quarta] também estaremos pelo Brasil todo fazendo atividades. Então, é muito importante a gente continuar brigando pela redução dos juros porque o que a gente está denunciando, é que presidente do BC boicota a economia brasileira desde 2021, privilegiando os super- ricos, que já ganham muito e não pagam impostos. Quem paga imposto no Brasil é a classe trabalhadora”, declarou Juvandia, que também é presidenta da Contraf-CUT.

Roberto ParizottiRoberto Parizotti
Juvandia Moreira em ato contra os juros altos, em SP

O Copom se reúne nesta terça (19) e quarta (20). Outros atos estão marcados para amanhã, data em que o BC vai anunciar a nova taxa de juros. Veja abaixo os locais onde haverá atos contra os juros baixos. As manifestações estão sendo convocadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

No ato, a dirigente ressaltou que é a classe trabalhadora brasileira que paga imposto, enquanto os ricos e super-ricos recebem dividendos de até mais de R$ 1 milhão; não pagam nada e o trabalhador que ganha R$ 3 mil já tem descontado na folha de pagamento o seu imposto de renda e sofre as consequências dos juros altos.

“Reduzir os juros significa investir no emprego e na renda, para o Brasil voltar a crescer. Significa que os trabalhadores vão ter condições de encher a geladeira com comida, comprar sua televisão e seu carro”, defendeu Juvandia.

Leia mais A reconstrução do Brasil exige uma forte redução da taxa Selic

Entenda

O Copom, entidade do BC, se reúne por dois dias, a cada 45 dias, para definir a taxa básica de juros do país, chamada Selic. O próximo encontro será nos dias 19 e 20 de setembro.

A Selic mais alta aumenta o custo de vida do trabalhador, os empréstimos para pessoa física e empresas e também a dívida do Estado, pois impacta nos juros dos títulos públicos.

Os principais beneficiados com a Selic elevada são, portanto, os detentores dos títulos da dívida pública, que atualmente são as instituições financeiras.

Diante do quadro, movimentos sociais, incluindo o movimento sindical, realizam desde o início do ano manifestações e campanhas com o hashtag #JurosBaixosJá.

Em três anos, desde que Roberto Campos Neto assumiu a presidência do BC, a Selic passou de 2% ao ano, em janeiro de 2021, para 13,75% em agosto de 2022 – nível mantido até agosto deste ano quando, finalmente, o Copom reduziu em 0,50% o índice.

A expectativa do mercado, na próxima reunião, é de um novo corte de 0,50% e que, continuando a tendência de corte, a Selic alcance 11,75% no final do ano.

Economistas de tendência desenvolvimentista, entretanto, avaliam que uma taxa básica de juros razoável deveria, pelo menos, estar no patamar de um dígito.

Onde haverá manifestações da Contraf-CUT

Os atos do dia 20 estão sendo convocados, a partir das 10h (horário de Brasília), com concentração em frente dos prédios do Banco Central, nas cidades onde a entidade possui sede. Nas cidades onde o Banco Central não tem sede, os sindicatos devem chamar a concentração para locais de grande circulação.

Já as ações de rede sociais serão concentradas das 11h às 12h, com a hashtag #JurosBaixosJá, e sempre marcando o Banco Central (@BancoCentralBR) nas postagens.

Confira os endereços para manifestações em frente às sedes do Banco Central, no dia 20.

– Brasília (DF): Setor Bancário Sul (SBS), Quadra 3 Bloco B – Ed. Sede. Brasília;

– Belém (PA): Boulevard Castilhos França, 708 – Campina;

– Belo Horizonte (MG): Av. Álvares Cabral, 1.605 – Santo Agostinho;

– Curitiba (PR): Av. Cândido de Abreu, 344 – Centro Cívico;

– Fortaleza (CE): Av. Heráclito Graça, 273 – Centro;

– Recife (PE): Rua da Aurora, 1.259 – Santo Amaro;

– Rio de Janeiro (RJ): Av. Presidente Vargas, 730 – Centro;

– Salvador (BA): 1ª Avenida, 160 – Centro Administrativo da Bahia (CAB);

– São Paulo (SP): Av. Paulista, 1.804 – Bela Vista.

Em Porto Alegre (RS), o ato foi cancelado em função das fortes chuvas que caem na cidade.