Em ato pela educação no RS, aposentados protestam contra confisco dos salários
A caminhada partiu da sede do Sindicato, na Avenida Alberto Bins, em direção à Praça da Matriz, com o foco na defesa dos direitos dos educadores
Publicado: 14 Setembro, 2022 - 10h53
Escrito por: CUT - RS
As ruas do centro de Porto Alegre foram tomadas por professores, professoras, funcionários e funcionárias de escolas estaduais na manhã desta terça-feira (13). Desta vez, a manifestação teve como destaque a presença de muitos educadores e educadoras já aposentados. Foram protagonistas da Marcha dos Aposentados e do Ato pela Educação organizado pelo CPERS Sindicato.
A caminhada partiu da sede do Sindicato, na Avenida Alberto Bins, em direção à Praça da Matriz, com o foco na defesa dos direitos dos educadores, contra o confisco dos salários dos aposentados, pela valorização dos funcionários de escola, pelo pagamento integral do piso da categoria e ainda em defesa do IPE Saúde público e de qualidade.
No Palácio Piratini, uma comissão de educadores entregou um documento com o pedido de suspensão da Reforma da Previdência, acompanhado de mais de 80 moções de prefeituras contra o desconto previdenciário dos aposentados. Na sequência, documento semelhante foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT).
A manifestação foi visualmente marcada por mantas coloridas feitas em tricô por integrantes dos 42 Núcleos do CPERS, que ficaram meses confeccionando o material batizado de “Tricôs da Resistência”.
Segundo o Sindicato, cada manta foi feita com os “pontos da indignação”, representando um pouco do que os dois últimos governos (Sartori e Eduardo Leite) e suas bases aliadas na Assembleia tiraram dos aposentados com o aumento do desconto da Previdência, o reenquadramento de aposentadorias e oarrocho salarial da categoria.
“O ato foi maravilhoso, preencheu várias quadras das ruas de Porto Alegre. Esse grau de mobilização, de mudar a educação através da luta, mas também através nas urnas, é a grande lição que tiramos”, disse o presidente em exercício do CPERS, Alex Saratt.
Para ele, o ato foi histórico por ser a primeira marcha de aposentados e aposentadas que vieram em grande número à capital gaúcha para “fazer a luta das suas causas de maneira generosa”.
Saratt ainda destacou ser preciso alcançar a vitória nas eleições com projetos que beneficiem as pautas dos trabalhadores. “A pauta é longa, o caminho é longo, mas a vitória é certa”, afirmou, confiante em dias melhores para os trabalhadores e as trabalhadoras em educação no Rio Grande do Sul.
O presidente da CUT-RS, Amartildo Cenci, destacou a importância da mobilização. "Os educadores e as educadoras estão aqui cheios de compromisso, de simbolismo e de afeto com a escola e com a educação. Pessoas com mais de 70 anos saíram às ruas para defender a educação. Povo de todos os cantos do estado, fazendo esse gesto de dignidade e de luta porque estamos diante da tragédia", salientou.
"Esse tal de Eduardo e o Bolsonaro estão virados em mentirosos, desonestos, falsos, porque disseram que não iam vender as estatais e venderam. Disseram que iam valorizar a educação e não valorizaram. Estamos diante de um desafio existencial de continuarmos lutando por uma educação de qualidade, inclusiva, que respeite e valorize os trabalhadores da educação. Não podemos vacilar em outubro. Precisamos convidar as pessoas onde a gente mora para mudar esse país e para retomar o Rio Grande para o povo gaúcho”, apontou o dirigente da CUT-RS.
Amarildo frisou ainda que “Eduardo Leite impôs uma perda expressiva para todos os professores, funcionários de escolas e aposentados, tirando o poder aquisitivo de salário, reduzindo a renda de alguns no momento em que as pessoas que dedicaram toda sua vida trabalhando mais precisam, que é o momento da sua aposentadoria”.
O secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, alertou que “o governo inventou muita mentira. Prometeu, não entregou. E o que disse que não ia fazer, fez. Ataque à Corsan. Venda da CEEE. Os aposentados gostariam de estar em casa. Mas estão nas ruas porque perderam muitos direitos. As reformas encaminhadas pelo governo Eduardo Leite atingiram duramente o IPE".
"A contribuição do trabalhador aumentou. Aposentado não pagava e agora está pagando. Os professores não poderiam estar em outro lugar, se não se manifestando. Lugar que a CUT-RS está junto, apoiando, caminhando com quem luta. Temos que aprender a respeitar o professor dentro da sala de aula e nas suas lutas. A eleição é uma oportunidade para mudança. O voto é uma arma para mudar o Rio Grande e o Brasil”, enfatizou Claudir.