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Em ato sobre Covid, Bolsonaro não cita as 115 mil vítimas e insulta jornalistas

O Brasil registrou em 24 horas 565 novas mortes por Covid-19, elevando o total de óbitos pela doença para 115.309. Mais de 3,6 milhões de brasileiros já foram infectados pela doença

Publicado: 25 Agosto, 2020 - 12h00 | Última modificação: 25 Agosto, 2020 - 12h04

Escrito por: Redação CUT

Ueslei Marcelino / REUTERS)
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Com 115.309 mil brasileiros mortos pela Covid-19, sem que até agora tenha sido criada uma coordenação nacional de combate à pandemia do novo coronavírus, Jair Bolsonaro (ex-PSL) fez apologia, mais uma vez, ao uso da cloroquina, remédio que não tem evidência científica de eficácia contra o vírus e ignorou as vidas perdidas.

No evento “Brasil Vencendo a Covid-19”, realizado nesta segunda-feira (25), no Palácio do Planalto, o presidente não prestou solidariedade às famílias que perderam pai, mãe, filho, irmão, avô ou avô desde o início da pandemia e sequer citou as vítimas fatais da doença. Na solenidade fora de propósito, Bolsonaro também voltou a criticar a imprensa, e chamou os jornalistas que cobriam o ato de "bundões". Afirmou que os repórteres teriam mais chance de morrer se contaminados pela doença.

Tudo isso no dia em que o Brasil registrou em 24 horas mais 565 mortes por Covid-19, elevando o total de óbitos 115.309. Foram registrados também 17.078 novos casos confirmados e, com isso, o país chegou a 3.622.861 pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

A média móvel de óbitos, com base nos registros feitos nos últimos sete dias foi de 971. Essa média é considerada estável por não apresentar variação nos últimos 14 dias.

A região Sul apresentou nesta segunda (24) desaceleração de 20% nas mortes pela doença depois de semanas em aceleração e alguns dias em estabilidade. As regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte, e Sudeste seguiram estáveis na variação de 14 dias.

São Paulo continua sendo o estado mais afetado pela pandemia de coronavírus. O estado registra um total de 756.480 casos confirmados da doença e 28.505 óbitos. A Bahia tem 237.208 registros da Covid-19 e 4.981 mortes. O Rio de Janeiro registra 211.360 casos de Covid-19 e 15.392 mortes.

Alta, queda, estabilidade

Há 13 dias, o Brasil está abaixo dos mil registros de morte por dia, em média. Isso não quer dizer que o país está numa situação confortável porque quase mil vidas são perdidas diariamente, um patamar altíssimo.

No total, 5 estados apresentaram alta de mortes: Rio de Janeiro, Goiás, Tocantins, Bahia e Rio Grande do Norte. Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente, estão o Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Acre, Amapá, Pará e Paraíba.

Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Roraima, Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, e Sergipe apresentam queda.

O estado de Pernambuco registrou, nesta segunda-feira (24), nove mortes em 24 horas. Desde o dia 11 de abril, o estado não ficava abaixo de 10 registros de óbito em um dia.

RJ tem tendência de alta pelo quinto dia seguido

Mesmo com o governo do Rio de Janeiro afirmando que não há um crescimento real nas mortes, mas uma revisão de óbitos que não foram esclarecidos no começo da pandemia, o estado, pelo quinto dia consecutivo, apresentou nesta segunda-feira (24) uma tendência de alta na média móvel de mortes por Covid-19 e chegou ao total de 15.392 óbitos.

Foram 100 novos óbitos confirmados entre domingo (23) e segunda, o que elevou a média para 118 mortes por dia, 66% a mais que a média de duas semanas atrás e o maior índice em um mês.

O Rio chegou a 211.360 casos confirmados da doença, com 412 novos casos confirmados em 24 horas. A média móvel de casos atingiu 2.387 casos por dia.

Secretário de Saúde do DF é preso

O secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, foi preso na manhã desta terça-feira em uma operação que está na rua com outros alvos. O Ministério Público do DF acusa o secretário de fraudes na compra de testes para Covid-19.

Além disso, segundo o Ministério Público do Distrito Federal, há fortes evidências de que as marcas dos produtos adquiridos seriam imprestáveis para a detecção eficiente da Covid-19 ou seriam de baixa qualidade.

As investigações apontam ainda um superfaturamento na aquisição dos insumos somando prejuízo superior a R$ 18 milhões aos cofres da saúde do DF.

Nesta segunda, o Distrito Federal chegou a 2.316 mortes e contabiliza 150.519 pessoas infectadas pela doença. Dessas, 131.599 estão recuperadas.