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Em defesa da água como direito, entidades se unem contra privatizações

“CUT e entidades sindicais de todo o País estão engajados para construir a luta no dia a dia contra a mercantilização da água”, diz o secretário Nacional do Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio

Publicado: 20 Março, 2018 - 18h07 | Última modificação: 20 Março, 2018 - 18h40

Escrito por: Érica Aragão

Reprodução FAMA
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Enquanto o ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP) anuncia, no 8º Fórum Mundial da Água - ‘Fórum das Corporações’, o marco regulatório para o saneamento básico, visando privatizar e limitar os serviços públicos nos municípios, movimentos populares e sindicais, indígenas, quilombolas e pescadores do Brasil e de diversos países debatem, até a próxima quinta-feira (22), no Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA2018), como lutar para que o acesso à água e ao saneamento básico seja para todos e todas.

“São mais de 30 entidades presentes, mais de 20 países representados, mais de 100 entidades nacionais e internacionais que apoiam e compreendem que a agenda de enfrentamento às políticas de privatizações, como a mercantilização da água, deve ser unitária”, destacou o secretário de Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio.

Na plenária unitária “Estratégias do Capital sobre os Bens Naturais e a Água”, realizada nesta terça-feira (20), quarto dia do Fórum, no parque da Cidade, em Brasília, o debate foi em torno das privatizações e de como as multinacionais se apropriam dos recursos naturais, principalmente nos países mais vulneráveis, para lucrar ainda mais.

“A contradição do capital fica mais evidente quando você vê a destruição da natureza e casos de crimes ambientais gravíssimos, como é o caso da Samarco, em Minas Gerais, e da Hydro, no Pará”, criticou Daniel Gaio.

“Além de explorar a classe trabalhadora, essas empresas destroem a natureza por onde passam com a poluição das nossas águas e terras”.

Para Gaio, a participação da CUT e diversos movimentos sociais, que estão na organização do FAMA, é um processo de resistência contra as diversas formas de privatizações que o atual governo golpista tem imposto por meio do Programa Nacional de Desestatização, que prevê a privatização de serviços públicos estratégicos para a economia do Brasil, como é caso do setor elétrico, do sistema de saneamento e do petróleo.

Em entrevista no Portal do FAMA2018, o assessor de saneamento da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Edson Aparecido da Silva, destacou que o capital não prioriza a preservação do planeta, dos seres humanos e dos animais e as decisões administrativas das empresas estão relacionadas ao modelo comercial que visa o lucro, sem nenhuma preocupação com a população.

“O que está claro é que esse modelo predatório imposto pelo capital por meio das grandes corporações tem como única perspectiva o curto prazo, o aumento da exploração da mão de obra e das reservas estratégicas, o desrespeito às tradições e culturas e isso não é aceitável”, critica.

Segundo ele, o país sofre as consequências de golpe de Estado que colocou um governo ilegítimo no poder, cujo projeto é privatizar e vender os recursos naturais.

Daniel Gaio acrescenta que os sindicatos CUTistas, em particular os trabalhadores e trabalhadoras das empresas de saneamento, estão organizando uma série de comitês em defesa da águas nas próprias empresas e em todas as regiões do País.

“A CUT estará à frente desses comitês para que, não apenas por meio dos nossos sindicatos e entidades, mas também com parcerias como as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, possamos construir mais essa resistência de luta contra o capital”, completou o dirigente.

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