Em direção à Paulista, ato reúne ao menos 90 mil
Até a PM reconhece que manifestação é grande. Por volta de 20h30, militantes subiam a Rebouças
Publicado: 20 Agosto, 2015 - 20h28 | Última modificação: 20 Agosto, 2015 - 21h06
Escrito por: CUT Nacional, com informações de Igor Carvalho, Luiz Carvalho e Vanessa Ramos
A manifestação dos movimentos sociais e sindical que acontece em São Paulo, em defesa da democracia, contra o golpe e pelos direitos sociais marcha pela avenida Rebouças, rumo à avenida Paulista, por volta das 20h30.
Segundo os organizadores, são 70 mil militantes. Segundo a PM, 60 mil. Um boletim divulgado pela polícia informou, por volta das 19h, que havia aproximadamente 20 mil pessoas na avenida Paulista à espera da chegada da marcha.
A diversidade é uma das marcas da mobilização. Carregando sobre os ombros uma bandeira de Cuba, o bancário e dirigente sindical Adilson Claudio Martins Barros, secretário executivo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Sistema Financeiro (Contraf-CUT), destacou a necessidade da reforma política. E fez uma crítica à obtusidade da oposição conservadora.
Vagner quer o fim do terceiro turno. Foto de Roberto ParizottiHá uma incompreensão dessa oposição, que não tem um olhar mais amplo para definir que o que foi mais importante durante um governo progressista foi a diminuição das desigualdades no país”, disse.
Cláudio Bellusci, 83 anos, é gráfico aposentado e participou da fundação do PT. Emocionado, atacou a falta de conhecimento histórico de setores da oposição. “Os que vão para rua pedir ditadura não conheceram e nem viveram aquela época, porque não é possível querer o golpe militar se você tem alguma noção do que foi aquilo”.
A pesquisadora, escritora e feminista Rachel Moreno comentou a manifestação: “Eu acho que esta marcha é uma marcha de resistência. E ela diz mais ou menos o seguinte: todas as conquistas que tivemos até hoje, são conquistas de batalhas de todos nós, minha, sua, nossa. Não é só do partido, do governo, por isso devem ser preservados”.
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, avalia que o ato desta quinta siginfica "o fim do terceiro turno". "Vamos encerrar o terceiro turno e pensar no Brasil. Que tenhamos uma política econômica voltada para o desenvolvimento, que ajuste fiscal não seja uma política de governo e que o país invista em políticas públicas".
A juventude presente ao ato, de movimentos como o MTST e o Levante Popular, gritaram palavras de ordem contra as chacinas e a criminalização dos jovens da periferia. Eduardo Cunha, tratado como herói pelas manifestações do último dia 16, hoje foi duramente criticado. Um boneco seu com roupa de presidiário foi carregado pelos manifestantes. Havia boneco semelhante representando Aécio Neves.
Movimentos pelos direitos LGBT, contra o racismo, por moradia e feministas empunharam suas bandeiras.
Em breve, novos textos com o balanço das mobilizações da capital paulista.