Escrito por: Carol Athayde, Sindipetro-BA
Categoria quer manutenção do emprego após venda da refinaria Landulpho Alves, (RLam), entre outras reivindicações
Os petroleiros da Bahia chegam ao 27º dia de greve alternando diferentes tipos de mobilizações, ações e protestos. Do “lockdown” às assembleias para debater a atual situação da categoria e do Sistema Petrobrás, tudo vem sendo feito de forma responsável, respeitando as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação aos cuidados e prevenção contra a Covid-19 (uso de máscara, álcool em gel e distanciamento entre as pessoas).
Nessa quarta-feira (31) não houve troca de turno na Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde e os trabalhadores diretos e terceirizados retornaram para suas residências, mas antes participaram de um protesto na porta da refinaria contra a direção da Petrobrás, que continua se recusando a negociar.
Sindipetro BA
Os grevistas acusam a gerência da RLAM de agir de forma autoritária, humilhar e praticar assédio moral contra os trabalhadores. No dia 24/03, um trabalhador terceirizado da empresa MVS foi demitido pelo Gerente Geral da refinaria só porque, cansado, apoiou as pernas em uma cadeira.
Terceirizados da RLAM foram beneficiados com a ação de venda de gasolina a preço justo
Devido à pandemia da Covid-19, a diretoria do Sindipetro vem optando, nesse movimento paredista, pela modalidade do “Lockdown”, em que a maioria dos grevistas retornam para suas casas, permanecendo na unidade apenas a cota mínima de trabalhadores, prevista em lei.
Uma das atividades do Sindipetro Bahia, que vêm sendo realizadas antes mesmo do início da greve é a ação da venda de gasolina e gás de cozinha a preço justo. Ao subsidiar o valor desses produtos, a entidade sindical vem beneficiando milhares de baianos de diversos municípios do estado e pautando o debate sobre a equivocada política de preços da Petrobrás, que tem levado aos aumentos constantes dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha.
Nessa quarta-feira, a ação foi voltada aos trabalhadores terceirizados da Refinaria Landulpho e realizada em um posto de combustível, próximo ao portão 2 da RLAM.
Os terceirizados, em greve, tiveram a oportunidade de abastecer seus veículos com 15 litros de gasolina e suas motocicletas com 6 litros, ao valor de R$ 3,50, o litro. Foram atendidos 300 veículos e 200 motos.
Reivindicações
Os petroleiros reivindicam, entre outras coisas, que a Petrobrás envie ao Sindipetro Bahia, a cópia do contrato de venda da Refinaria Landulpho Alves para o fundo Árabe Mubadala ou apresente e coloque em discussão o cronograma de transição da operação da unidade, os prazos de transferências de trabalhadores, seus critérios e prioridades, além das regras que utilizará para indenizar as transferências desses trabalhadores.
Eles querem a garantia da permanência dos postos de trabalho dos trabalhadores próprios e terceirizados e também de que não haverá redução salarial, retirada de direitos, de benefícios e vantagens.
Outras reivindicações são a implementação de uma política efetiva de combate ao assédio moral nas unidades da Petrobrás; incorporação dos trabalhadores concursados da PBIO à Petrobrás, caso a Usina de Biocombustíveis de Candeias seja realmente vendida e o fim das dobras de turno e das prorrogações de jornada.
Veja aqui o vídeo que mostra mais sobre o 27º dia de greve dos petroleiros