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Em greve há 9 dias, trabalhadores da RedeTV realizam assembleia nesta quarta

Vice-presidente da CUT, Vagner Freitas, e presidente do Sindicato dos Jornalistas de SP, Thiago Tanji,   participam da assembleia dos radialistas na frente da sede da emissora, às 15h

Publicado: 08 Setembro, 2021 - 12h08 | Última modificação: 08 Setembro, 2021 - 17h37

Escrito por: Marize Muniz

Reprodução
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Familiares apoiam a greve dos radialistas da RedeTV

Os trabalhadores e as trabalhadoras da RedeTV, exceto jornalistas, em greve por tempo indeterminado desde o dia 31 de agosto por reajuste de salário, recebem nesta quarta-feira (8), o apoio do vice-presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, que participa de assembleia da categoria, ás 15h, em frente a sede da emissora. Também participa da assembleia, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, Thiago Tanji.  

“O apoio é importante porque, além de mostrar a unidade e a solidariedade, fortalece a luta da nossa categoria”, diz Hegberto Paschoa Balboni, operador de câmera e diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo, lembrando do apoio que familiares deram aos trabalhadores em greve por direitos.

Além disso, hoje é um dia importante para os trabahadores da RedeTV, diz o dirigente. É que na mesa de negociação realizada na Justiça do Trabalho na última sexta-feira (3), a RedeTV não apresentou nenhuma proposta ao contrário do Sindicato e o juiz concedeu tudo que a categoria pediu, menos o retroativo. A direção da empresa tem até a meia noite desta quarta para responder.

Proposta da Justiça

A proposta do juiz foi de 17% de reajuste em três vezes, sendo a primeira de 7% em outubro, a segunda de 5% em janeiro de 2022 e a terceira de mais 5% em abril de 2022.

“Isso fora os 3,8% de antecipação que a RedeTV deu junto com as demais emissoras”, ressalta Hegberto.

De acordo com o dirigente, a categoria está há 4 anos sem reajuste salarial e as perdas já alcançam a cifra de 18,72%. Ele afirma que, em termos retroativos, a empresa deve 353,89% aos trabalhadores. E exemplifica: para quem ganha R$ 2 mil, a emissora deve cerca de R$ 7.100.

Além do reajuste de 17%, o juiz determinou estabilidade dos trabalhadores em greve até o pagamento da última parcela do reajuste, em abril do ano que vem, segundo o presidente do sindicato.

Em assembleia realizada na sexta, a categoria aceitou a proposta e aguarda a resposta da direção da RedeTV.

Quem está parado

Estão parados os câmeras, operadores de vídeo, produtores, editores de imagem, advogados, trabalhadores de recursos humanos, secretários, secretárias, copeiras, faxineiras, seguranças e até professores de educação física. Todos, independentemente da função que ocupam, são radialistas.

Grevistas se revezam na porta da emissora

Como o horário é de seis horas, os trabalhadores estão se revesando na porta da emissora, onde o sindicato montou duas tendas para garantir que tenham a disposição água, café, leite e pão para o café da manhã e marmitex para o almoço.

A RedeTV proibiu os grevistas de entrar na emissora para tomar água e até usar os banheiros. Por isso, o sindicato também montou banheiros químicos do lado de fora.

Pressão e ameaças

A pressão e as ameaças para que os trabalhadores voltem ao trabalho é enorme, mas a categoria, que parou porque a direção da emissora não quis negociar a pauta de reivindicações, resiste.

Na madrugada do primeiro dia da greve, o  apresentador Sikêra Jr., criticou ao vivo os grevistas e ainda sugeriu que eles podem perder o emprego, em seu programa "Alerta Nacional".

"Ei, você, que tá na porta da RedeTV!. Acaba com isso. Vamos trabalhar. Olha, tem muita gente desempregada querendo tomar o seu lugar. Não é hora pra isso".

"É um caso de assédio moral coletivo", protestou Hegberto, segundo o colunista Mauricio Stycer, do UOL.

Pauta de reivindicações

A pauta de reivindicações exige reajuste em todas as cláusulas econômicas, como auxílio creche, vale refeição e reajuste de 18,73% nos salários, abono de 383,89% a título de compensação retroativa e assinatura do acordo coletivo de trabalho com a conservação das cláusulas contidas na ultima convenção coletiva assinada.

RedeTV paga o menor salário do mercado

A RedeTV paga o menor salário do mercado para a  categoria, segundo Hegberto Paschoa Balboni, diretor do Sindicato.

“A média salarial de um câmera da RedeTV é de R$ 2.4000. Na RIT, do bispo RRSoares, um operador de câmera é admitido com salário inicial de R$ 3.480. A RedeTV paga menos até do que no interior, onde a nossa categoria tem um piso menor do que o da capital”, conclui.