Escrito por: Sandra Sena, CUT-AL
"Ecoamos nossas vozes em nome de todas as mulheres que foram silenciadas, mortas por seus opressores", disse a secretária de Mulheres da CUT Alagoas, Lúcia Santos
Dezenas de mulheres dos movimentos feministas, sindical e de luta por direitos da juventude e de moradia tomaram as ruas do centro de Maceió nesta quarta-feira (25), Dia Internacional de Combate a Violência Contra Mulher.
O ato, realizado também em vários países do mundo desde que a data foi definida em 1981, no I Encontro Feminista Latino Americano e do Caribe, uma homenagem às “Irmãs Mirabal”, vítimas de feminicídio na ditadura dominicana em 1960, teve início às 15h, com concentração na Rua do Comércio. V
Vítimas que sobreviveram a tentativas de feminicídio abriram a manifestação. Em seguida, foi formado um cortejo em direção ao Tribunal de Justiça para entrega de uma carta de exigência por justiça às vítimas cujos processos estão parados, assim como políticas públicas de segurança do estado sobre o acolhimento dessas mulheres e seus filhos. Durante a caminhada, as mulheres dialogaram com as trabalhadoras do local.
“Em pleno século XXI, mulheres de todas as partes do planeta lutam pelo direito de viver sem serem vítimas de violências”, disse besta quinta-feira (26) a secretária de Mulheres da CUT Alagoas, Lúcia Santos, ressaltando que 25 de novembro é o dia Internacional de combate à violência contra mulheres.
“Ontem fizemos um ato com mulheres de diversos segmentos e movimentos sociais e sindicais. Ecoamos nossas vozes em nome de todas as mulheres que foram silenciadas, mortas por seus opressores”, disse Lúcia.
CUT-AL
Além das exigências feitas à Justiça alagoana, as mulheres exigiram compromisso dos candidatos que disputam o 2º turno das eleições para prefeitura de Maceió, Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) e João Henrique Caldas (PSB). Elas querem que ambos se responsabilizem com a criação de políticas que diminuam a violência contra as mulheres, assim como possibilitem melhores condições de vida.
Segundo os dados da Agência Patrícia Galvão, a cada 2 minutos uma mulher registra agressão com base na Lei Maria da Penha. A cada 9 minutos uma mulher é vítima de estupro. Cerca de 3 mulheres são vítimas de feminicídio por dia.
“Nossa luta é por uma vida sem violência é diária, nossa luta para sermos ouvidas, para sermos respeitadas, para termos os nossos corpos e a nossa sexualidade protegidos, nossa luta é diária”, disse a advogada e coordenadora do Centro de Defesa da Mulher (CDDM), Paula Lopes.
“Nossa luta é contra o machismo, que passa por todas essas fronteiras que citei, porque o machismo é o filho saudável do patriarcado, e cotidianamente temos que estar vigilantes sob nossas vidas e sobre o futuro da vida das mulheres e meninas”, completou.
“Quando lutamos por equidade, por equiparação salarial, por oportunidades de acordo com nossas desigualdades, por uma vida livre de violências e violações, estamos lutando contra o machismo, das pequenas às grandes lutas” apontou a advogada.