Escrito por: Karina Vilas Boas, CUT-MS
Mil trabalhadores e trabalhadoras saíram na manhã desta sexta de Anhanduí
Na data simbólica de 1° de Maio, em que trabalhadores e trabalhadoras de todo o País comemoram o seu dia e lutam pelos seus direitos, os movimentos sociais e sindicais de Mato Grosso do Sul se uniram e organizaram a “Marcha da Classe Trabalhadora do Campo e da Cidade” rumo a capital do estado, Campo Grande, em defesa de seus direitos e em luta por um Brasil mais justo e solidário.
São cerca de mil marchantes que estavam concentrados desde quinta-feira (30) à tarde, preparando-se para tomar a principal rodovia do estado, a BR 163, que liga o município de Anhanduí a Campo Grande. Após ato público, que teve a presença de lideranças de todos os movimentos e apoiadores, por volta das 9 da manhã, a marcha seguiu pacificamente, com palavras de ordem que exigiam reforma agrária, demarcação de terras indígenas, contra a retirada de direitos dos trabalhadores e outras pautas dos movimentos.
Indígenas pedem demarcação de terras
Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores de MS (CUT/MS), Genilson Duarte, a marcha mostra que a unidade faz a luta. “Unidos em prol de uma causa única, seguiremos em fileiras até Campo Grande, apoiando os companheiros que lutam pela Reforma Agrária e somando na batalha que está travada contra a retirada de direitos da classe trabalhadora, como o Projeto de Lei 4330 que regulamenta a terceirização, rebaixa salários, acaba com conquistas importantes e precariza o trabalho no país”, afirma.
Para a vice-presidenta da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, Sueli Veiga Melo, o dia Primeiro de Maio em MS está marcado por luta e não por comemorações. “No atual cenário não temos muito o que comemorar, temos mesmo que lutar, os valores estão totalmente invertidos, um exemplo disso é que, enquanto uns pedem a volta do regime militar e são ovacionados, os professores estão batalhando por seus direitos no Paraná e foram espancados em praça pública, proibidos de entrar na Casa do Povo, a Assembleia Legislativa, para acompanhar uma votação de seus projetos”, ressalta.
Os indígenas também estão presentes na marcha, reivindicando a retomada de seus territórios e protestam contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 2015, que atribui competência exclusiva ao Congresso Nacional no que diz respeito à demarcação de terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação.
A liderança indígena Guarani-Kaiowá, Anastácio Peralta, disse que muitos motivos unem os trabalhadores e os indígenas, por isso o movimento fez questão de se fazer presente nesse momento. “Sem luta unificada ficamos sem forças para lutar pelos nossos direitos. Na atual situação os povos indígenas precisam se fazer presentes em todos estes acontecimentos, pois estamos assistindo o nosso Brasil caminhar para trás, ao invés de melhorar. Com um Congresso que quer apenas retirar direitos e que massacra o nosso povo”, afirma.
A Marcha da Classe Trabalhadora do Campo e da Cidade de MS se junta à pauta nacional de luta do 1° de Maio e reforça questões já ditas como a batalha pela Reforma Agrária Popular, a Demarcação de Terras Indígenas, contra a PEC 215, a PL 4330 e a redução da maioridade penal.
A previsão de chegada da marcha na entrada da capital é de segunda-feira (4). Os marchantes seguem na BR pela manhã e nas tardes param para fazer formação e debates sobre os temas acima. Na terça-feira (5), às 9hs, irá acontecer um grande ato de encerramento das atividades, na praça central de Campo Grande, a Ary Coelho.