Escrito por: Érica Aragão
CUT acompanha caravana de ex-presidente e trabalha pra anular fim da CLT e defender aposentadoria. "Se colocar pra votar, o Brasil vai parar", diz presidente da CUT sobre Reforma da Previdência.
Os 72 anos do maior líder popular do Brasil foram comemorados em Montes Claros, nesta sexta (27), por milhares de mulheres e homens de mãos dadas, cantando “Amigos para Sempre”, na voz de Agnaldo Rayol. Assim foram os parabéns ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou hoje à cidade com sua #CaravanaPeloBrasil, agora no norte de Minas Gerais.
O ex-presidente está viajando por Minas para ouvir dos mineiros propostas de ação para combater a crise política, social e econômica que o país vive e denunciar o momento de retrocessos que o país está vivendo, como por exemplo o leilão do pré-sal nesta semana.
“Tiraram Dilma da presidência com uma mentira deslavada e colocaram um impostor, golpista, que está tentando destruir este país. Ele não está governando, está vendendo o país. Se esse cidadão não tem competência, não pode vender o que não é dele. A gente não pode permitir, o Brasil é nosso”, disse Lula, emocionado, sobre a venda de seis dos oito blocos do Pré-sal, horas depois de Temer se safar da denúncia de corrupção no Congresso Nacional.
Se não bastasse, o ilegítimo presidente Michel Temer também anunciou que colocará a Reforma da Previdência para votar e acabar com o direito do trabalhador e da trabalhadora de se aposentar. Ao som de “Fora Temer”, Lula destacou. “Nós temos que dizer à Temer e aos deputados que se o Brasil não está arrecadando, a culpa não é dos aposentados, a culpa é dele, que gastou R$ 30 bi para ficar no poder, 12 só na segunda votação da última quarta (25)”.
O presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, que está na caravana desde o início desta etapa, na última segunda (23), destacou os prejuízos da escolha política desse governo na entrega do Pré-sal para as petrolíferas estrangeiras.
“Estes golpistas estão vendendo a preço de banana a soberania nacional. Não é apenas as empresas públicas que estamos perdendo, estão tirando das crianças brasileiras a oportunidade de ter Educação”, explicou. “Precisamos do Lula para convocar um referendo revogatório de todas medidas de Temer contra o povo brasileiro”, destacou o presidente da maior central sindical do país.
“Se colocar pra votar, o Brasil vai parar”, destacou Vagner sobre a Reforma da Previdência e lembrou da paralisação nacional no próximo 10 de novembro, um dia antes da Reforma Trabalhista entrar em vigor oficialmente.
A CUT está acompanhando a caravana e expondo, em cada local em que Lula passa, uma tenda com o objetivo de colher assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) para anular a Reforma Trabalhista, que será entregue no Congresso Nacional em novembro.
“Nosso contato com a população é muito importante, cada vez mais que a gente conversa sobre as retiradas de direitos mais pessoas se aglutinam na luta e isso tem um significado muito grande para derrubar o golpe e para sairmos dessa”, contou o secretário Nacional de Cultura da CUT e professor em Minas Gerais, José Celestino Lourenço, o Tino.
“Defender os direitos históricos da classe trabalhadora e da sociedade também é um papel da central. A CUT é a maior central sindical do país não só pelo seu tamanho, mas pelo papel que desenvolve”, complementou Tino.
Para a presidenta da CUT Minas e professora em Minas Gerais, Bia Cerqueira, a caravana tem a tarefa de denunciar “contra quem foi este golpe, a serviço de quem está a turma corrupta de Brasília. A terceirização irrestrita, reforma trabalhista, o congelamento dos investimentos do Estado, 15 milhões de desempregados e desempregadas são as faces deste golpe. É preciso ainda denunciar a criminalização das lutas, das lideranças populares, da política”, disse Bia.
“Mas esta é também uma caravana que anuncia que outro projeto de país é possível. Não existe um único caminho, como tenta ditar o governo ilegítimo. É possível a inclusão social, o orçamento e todos os serviços públicos a serviço do povo. É possível um Estado que não esteja a serviço do rentismo, do capital financeiro internacional e de suas multinacionais. É possível que nossas riquezas sirvam ao bem comum e não aos interesses privados”, complementou