Escrito por: Érica Aragão, CUT Brasil

Jornada Continental debate avanço do neoliberalismo

“Não há uma região do mundo onde os direitos não estejam sendo atacados”, alertou Felício

CUT Brasil

“Não há uma região do mundo hoje onde os direitos não estejam sendo atacados. O ataque está acontecendo em todas as regiões do mundo”, alertou o presidente da CSI (Confederação Sindical Internacional) e diretor da CUT, João Felício, no segundo dia da “Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo”, nesta sexta (17) na capital do Uruguai, em Montevidéu.

Com o objetivo de traçar perspectivas, tentar caminhar para uma realidade melhor do que a atual e fazer o combate do futuro na América Latina, a Jornada, que acaba no próximo sábado (18), reúne mais de três mil pessoas do mundo todo. A grande discussão do encontro é como enfrentar esta onda neoliberal que o mundo passa.

No Brasil a EC 95, que congela investimentos nas políticas básicas, como saúde e educação, e a Reforma Trabalhista encaminhadas e sancionadas pelo atual e ilegítimo presidente Temer acabam por diminuir o papel do Estado, priorizando as necessidades do capital, projeto de governo de Temer e de seus aliados que tomaram o poder para atender ao mercado.

“Todas as reformas que tem ocorrido no Brasil e no mundo ocorrem são para escapar dos tributos, que além de muitas empresas sonegarem acabam buscando formas de obter lucros e ao mesmo tempo acaba impondo aos estados uma baixa arrecadação, no qual destrói o Estado”, afirmou Felício, em sua participação em uma das quatro mesas simultâneas que aconteceram na parte da manhã na Jornada com o tema “Democracia e Soberania”.

Felício ainda apontou o fim da negociação tripartite. Ele afirma que este tipo de negociação está sendo trucidado por governos e empresários. O presidente da CSI contou que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) está tendo um forte ataque do capital, de empresários e grande maioria dos governos.

“Se tentou recentemente tirar da OIT o poder normativo do direito de greve, o mais sagrado direito da classe trabalhadora. Para quem está descontente com perdas de direitos só sobrava para nós, uma questão fundamental: decretar greve. É um direito humano, não apenas um direito relacionado com ao mundo do trabalho”, contou indignado, João Felício.

Mas para o presidente da CSI, “apesar de estarmos vivenciando um retrocesso no nosso continente nós não podemos perder a capacidade e a esperança da luta”.

“Nós temos que ter lado nesta história. A luta contra o capital é isso!”, finalizou Felício.

O secretário de Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio, deu seu depoimento ao Portal CUT sobre os desafios da Jornada Continental. Confira no vídeo a seguir.


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