Escrito por: Redação CUT

Em nota, dirigentes da CUT declaram apoio à Lula nas eleições 2018

"Só teremos eleições verdadeiramente democráticas se for respeitada a soberania popular na escolha de quem e qual projeto irá dirigir o destino do País nos próximos anos", dizem os dirigentes no documento

Roberto Parizotti

Os dirigentes da CUT, reunidos em Brasília, nos dias 28 e 29 de agosto, decidiram apoiar a candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República nas eleições deste ano.

Em nota, os dirigentes afirmam que a CUT, ao comemorar os 35 anos de organização e luta, enfrenta sua mais dura batalha contra "aqueles que usurparam o poder e destituíram a presidenta Dilma Rousseff" e que o apoio à candidatura de Lula tem o objetivo de defender a democracia e revogar as medidas nocivas à classe trabalhadora do golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP).

"Apoiamos a candidatura de Lula porque acreditamos no seu compromisso com a convocação de uma Assembleia Constituinte com o objetivo de revogar as medidas nefastas do governo golpista e de implementar as reformas estruturais necessárias ao resgate da democracia e ao fortalecimento da soberania nacional, criando condições para um novo ciclo de desenvolvimento, sustentável e com inclusão social, que atenda as demandas colocadas na Plataforma da CUT para as Eleições 2018", diz trecho do documento.

Confira a íntegra do manifesto:

APOIO DE DIRIGENTES CUTISTAS À CANDIDATURA LULA

Dirigentes cutistas, reunidos em Brasília no dia 28 de agosto, decidiram unanimemente manifestar seu apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República. Esta decisão, tomada num momento crucial da vida política do País, justifica-se por uma série de fatores.

Ao comemorar seus 35 anos de organização e luta, a CUT enfrenta, ao lado das forças democráticas, sua mais dura batalha contra aqueles que usurparam o poder e destituíram a Presidenta Dilma Rousseff, golpearam a democracia, entregaram a soberania nacional (alteração o regime de exploração do Pré-Sal, venda de campos de exploração à petrolíferas estrangeiras, venda de empresas de energia elétrica), retiraram direitos da classe trabalhadora, impuseram um dramático corte nos gastos públicos com a Emenda Constitucional 95, lançaram milhões de brasileiros no desemprego e na miséria, disseminaram o ódio e a violência contra partidos de esquerda e os movimentos sociais, condenaram e prenderam injustamente o ex-presidente Lula com o objetivo de impedi-lo de concorrer às eleições presidenciais.

A farsa da condenação do ex-presidente Lula, denunciada pela CUT e por amplos setores da sociedade brasileira tem sido combatida internacionalmente pelo movimento sindical, por intelectuais, políticos e juristas de inegável reconhecimento. Ficou ainda mais frágil diante da recente posição do Comitê de Direitos Humanos da ONU, ao requerer do Estado brasileiro a garantia de direitos plenos ao ex-presidente para concorrer às eleições. Não atender a este requerimento, nem ao clamor da maioria da população que já manifestou sua intenção de votar em Lula, é desrespeitar direitos civis e políticos fundamentais e mantê-lo na condição de preso político. Só teremos eleições verdadeiramente democráticas se for respeitada a soberania popular na escolha de quem e qual projeto irá dirigir o destino do País nos próximos anos.

Apoiamos ainda a candidatura de Lula porque acreditamos no seu compromisso com a convocação de uma Assembleia Constituinte com o objetivo de revogar as medidas nefastas do governo golpista e de implementar as reformas estruturais necessárias ao resgate da democracia e ao fortalecimento da soberania nacional, criando condições para um novo ciclo de desenvolvimento, sustentável e com inclusão social, que atenda as demandas colocadas na Plataforma da CUT para as Eleições 2018:

1. Fortalecer a democracia, a cidadania e os direitos humanos;

2. Valorizar o trabalho com a garantia de emprego;

3. Resgatar, fortalecer e democratizar o Estado e os serviços públicos com equilíbrio fiscal, justiça tributárias e manutenção das empresas estatais (Petrobras, Eletrobras, entre outras)

4. Regular o sistema financeiro como instrumento para a promoção do desenvolvimento;

5. Fortalecer a indústria e investir na infraestrutura, promovendo o desenvolvimento;

6. Implementar a reforma agrária e fortalecer a agricultura familiar;

7. Promover a saúde, a previdência e a assistência social inclusiva e solidária;

8. Fortalecer a educação e a cultura;

9. Garantir o direito à cidadania;

10. Garantir a segurança pública;

11. Assegurar igualdade para mulheres, jovens e negros/as;

12. Garantir a comunicação a serviço do povo;

13. Garantir a soberania, a paz e a integração internacional.

DIRIGENTES SINDICAIS DA CUT