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Em nota, sindicalismo internacional se solidariza com greve dos petroleiros

A Secretária-Geral da ISP, Rosa Pavanelli, encerra o documento pedindo a reversão imediata e definitiva das demissões e em defesa de uma Petrobras pública e com forte controle social

Publicado: 20 Fevereiro, 2020 - 14h58 | Última modificação: 20 Fevereiro, 2020 - 15h01

Escrito por: ISP

Reprodução
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A Internacional de Serviços Públicos (ISP), confederação sindical mundial que representa 30 milhões de trabalhadores e trabalhadoras s em 154 países, afirmou em nota seu apoio irrestrito à greve dos trabalhadores do sistema Petrobras.

A entidade entende, segundo o documento, que a greve começou em defesa de reverter as 1000 demissões na Fábrica de Nitrogenados em Araucária (PR), mas também sabe que a motivação maior do movimento é a defesa do serviço público como parte fundamental de um projeto de soberania nacional.

A ISP também denuncia a falta de respeito ao livre exercício da liberdade de expressão, organização sindical e do direito de greve que não vem sendo respeitado pela justiça brasileira. Além disso, a entidade também destaca a verdadeira intenção do governo de privatizar os bens naturais do país.

Leia a nota na íntegra:

NOTA DE SOLIDARIEDADE DA SECRETÁRIA GERAL À GREVE DOS PETROLEIROS NO BRASIL

A Internacional de Serviços Públicos (ISP), confederação sindical mundial que representa 30 milhões de trabalhadorxs em 154 países, manifesta seu apoio irrestrito à greve dxs trabalhadorxss do sistema Petrobras, por entender que a motivação maior do movimento é a defesa do serviço público como parte fundamental de um projeto de soberania nacional e de internalização dos ganhos provenientes dos recursos naturais do Brasil.

A causa que principiou a paralisação - a defesa da suspensão de mil demissões na Fábrica de Nitrogenados em Araucária (PR) -, não é apenas um brilhante exemplo de solidariedade de classe, mas também a demonstração de que xs trabalhadorxs da Petrobras sabem reconhecer no episódio o início da execução de um projeto de entrega do patrimônio público.

Embora não totalmente pública, a empresa, de economia mista, tem no Estado brasileiro o seu principal acionista. E, antes da chegada do atual governo, tinha entre seus planos reverter a renda do petróleo da camada pré-sal para projetos na área de educação pública.

Trata-se, portanto, de uma disputa em torno de um projeto democrático e soberano de nação; assim como do livre exercício da liberdade de expressão, organização sindical e do direito de greve que não vem sendo respeitado pela justiça brasileira.

Contra a falsa solução de sua venda e privatização, defendemos uma gestão cada vez mais transparente, com participação social, e em conformidade com os princípios que defendemos para a administração pública e para os serviços por ela oferecidos.

No Brasil, há ainda uma outra luta em curso e cujo desfecho se avizinha: tramita no Congresso a proposta de venda do tratamento de água e esgoto, hoje sob administração pública. Mais um erro.

A iniciativa privada visa apenas o lucro; é a sua razão de existir. Não tem vocação para atender todos os membros de uma sociedade, caso a vida deles não acrescente dólares aos seus caixas.

Pela reversão imediata e definitiva das demissões e em defesa de uma Petrobras pública e com forte controle social. O povo acima do lucro!


*Rosa Pavanelli - Secretaria Geral da ISP