Escrito por: Érica Aragão
“O mundo do trabalho mudou e é preciso entender melhor esse universo e como representá-los e como organizá-los”, afirmou secretária-geral adjunta, Maria Faria, sobre os temas que serão levados para o 13º CONCUT
As mudanças no mundo do trabalho e uma nova forma de reorganização e representação sindical foram temas de debates que irão contribuir na elaboração das teses para o 13º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), que será realizado entre os dias 07 e 10 de outubro, em São Paulo.
Os temas estão sendo discutidos durante três dias, na Oficina Nacional “Trabalho, os sindicatos e novas formas de organização – Reflexões sobre o Projeto Político Organizativo da CUT – atualizar para fortalecer”. O evento tem o apoio da Fundação Friedrich Ebert (FES) e da Fundação Perseu Abramo (FPA).
A atividade, que começou nesta quarta-feira (03) e vai até esta sexta-feira (05), debate, com base nas três questões indicadas no Caderno de Subsídios, “quem devemos representar, como e como deve ser o financiamento”.
Para a Secretária-Geral Adjunta, Maria Aparecida Faria, o mundo do trabalho mudou e é preciso entender melhor esse universo, como representá-los e como organizá-los. “Então, para que possamos levar uma proposta baseada em fatos e dados mais concretos e perspectiva de futuro, precisamos aprofundar a reflexão entre nós”, diz a dirigente da CUT.
Segundo Maria, o 13°CONCUT será um dos mais importantes congressos por causa do momento em que refletimos as mudanças no mundo do trabalho com as novas tecnologias, as reformas, os ataques aos direitos e aos movimentos social e sindical.
“Tudo isso faz com que a CUT reveja sua organização no sentido de adequar a Central para esse novo mundo, e para que todos os trabalhadores e as trabalhadoras se sintam representados”.
Segundo o diretor da FPA, Artur Henrique, é fundamental enxergar as novas formas de organização dos trabalhadores neste processo profundo de transformação, seja pelo avanço da tecnologia, ou também pela precarização, pejotização e pelas novas formas de contratação.
“Vivemos sob um governo que ataca direitos e ainda fecha o Ministério do Trabalho. Ou seja, tudo aquilo que nós sempre defendemos de relações e fortalecimento do trabalho estão caindo por terra e, é preciso ter muita garra, resistência e também muita elaboração para pensar novas formas de organização da classe trabalhadora. Por isso a FPA está junto”.
Para a representante da Fundação Friedrich Ebert no Brasil, Katharina Hofmann, são tempos bem difíceis e, por isso, é importante analisar sempre o que acontece em vários países como exemplos para contribuir com o debate.
“Nós como Alemanha também queremos contribuir com nossos vínculos que temos com os europeus. A FES trabalha em analisar e vincular as diferentes observações e, por isso acho que esse seminário é o começo para uma reorganização e para pensar como usar as novas tecnologias”, afirmou Katharina.
Roberto ParizottiPrimeiro dia
Logo depois da abertura da Oficina Nacional, na manhã desta quarta (3), o economista e presidente da FPA, Marcio Pochmann contribuiu com o debate sobre “Mudanças nas relações e organização do trabalho, Nova configuração da classe trabalhadora brasileira e luta de classe”.
A pesquisadora do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/ subseção CUT), Adriana Marcolino, participou dos debates sobre “Limites e possibilidades do sindicalismo atual – quadro da PEA”.
À tarde, os dirigentes sindicais da CUT debateram “Experiências Internacionais de organização e representação”.
Agenda
Nesta quinta-feira (04) e na próxima sexta-feira (05) os debates “Desafios da Organização, Representação Sindical e Sustentação Financeira” e “Desafios dos Ramos e Macrossetores neste contexto de organização e representação” , foram direcionados ao público interno. No encerramento será realizada a sistematização e identificação dos pontos para elaboração das Teses do 13º CONCUT.