MENU

Em plebiscito popular, mais de 95% dos gaúchos respondem não às privatizações

Houve votação presencial em 91 municípios em 24 regiões dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento

Publicado: 03 Novembro, 2021 - 17h37

Escrito por: CUT RS

Reprodução
notice

O resultado do Plebiscito Popular sobre as Privatizações no Rio Grande do Sul, realizado em formato híbrido entre 16 e 24 de outubro, será apresentado e analisado em live, nesta quarta-feira (3), às 18h, com transmissão em rede, incluindo a página da CUT-RS no Facebook.

Segundo os mapas de apuração, foram registrados 90.265 votos, através da internet (www.decidimrs.com.br) e de cédulas depositadas em urnas instaladas em praças, sindicatos, associações, escolas, igrejas e câmaras municipais, dentre outros locais.

Houve votação presencial em 91 municípios em 24 regiões dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDEs).

Os participantes responderam as três perguntas da consulta, sendo que mais de 95% posicionaram-se contra a venda de estatais.

O vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis, faz uma avaliação positiva do processo que ficou conhecido como “primavera da democracia”. Ele destaca que o resultado avassalador explica por que o governador Eduardo Leite (PSDB), através dos deputados aliados na Assembleia Legislativa, rasgou a Constituição Estadual para acabar com o plebiscito sobre a venda das estatais. “Eles sabiam que a maioria do povo votaria contra as privatizações”, afirma.

O dirigente sindical ressalta que, além do resultado, a consulta ampliou o debate junto à população, uma vez que a mídia tradicional desinforma e manipula a cobertura para favorecer a entrega do patrimônio público. “Muitas pessoas desconheciam, por exemplo, a recente venda da empresa de distribuição da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) por míseros R$ 100 mil”, conta.

Para Gimenis, o plebiscito popular reforçou também a resistência e a luta contra a política entreguista do governador e do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), que seguem a mesma cartilha neoliberal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Não podemos jamais abrir mão de empresas estatais e serviços públicos de qualidade para garantir um estado forte para atender a população, combater as desigualdades e incentivar o desenvolvimento econômico social”, conclui.

Além do vice-presidente da CUT-RS, participarão da live a diretora da Fetrafi-RS, Ana Furquim, o diretor da Federação dos Metalúrgicos do RS, Milton Viário, o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), deputado estadual Jeferson Fernandes (PT), e as coordenadoras dos Comitês Municipais do Plebiscito em Porto Alegre (Maria Celeste), Caxias do Sul (Piccola Veadrigo) e Viamão (Letícia Veloso).

Confira os números do plebiscito popular

Questão 1 – Energia elétrica, água, saneamento, saúde, transporte coletivo, correios são serviços públicos essenciais ao povo. Você concorda com a entrega destes serviços para empresas privadas?

- Total de Votos NÃO: 85.958 (95,23%)

 - Total de Votos SIM: 3.777 (4,18%)

- Total de Votos Brancos:  91 (0,10%)

- Total de Votos Nulo: 439 (0,49%)

Questão 2 – Banrisul, Corsan, Procergs, CRM, Sulgas, Eletrobras, Banco do Brasil, Petrobras, Caixa, Trensurb e Carris são patrimônio público e prestam serviços essenciais ao nosso desenvolvimento. Você concorda que este patrimônio seja entregue para empresas privadas?

- Total de Votos NÃO: 86.402 (95,83%)

- Total de Votos SIM: 3.319 (3,68%)

- Total de Votos Brancos: 34 (0,04%)

- Total de Votos Nulo: 410 (0,45%)

Questão 3 – Você concorda que o governador entregue o patrimônio público sem ouvir a população?

- Total de Votos NÃO: 87.689 (97,15%)

- Total de Votos SIM: 2.044 (2,26%)

- Total de Votos Brancos: 118 (0,13%)

- Total de Votos Nulo: 414 (0,46%)

Os percentuais de votos foram calculados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).