Escrito por: CUT Nacional
Central orienta classe trabalhadora a pressionar senadores e aponta que derrotar reforma Trabalhista será passo decisivo para acabar também com reforma da Previdência
A CUT divulgou nesta segunda-feira (26) as resoluções definidas após reunião ampliada no último dia 22, em São Paulo. No centro das decisões está a convocação das bases para a Greve do dia 30 e a necessidade de pressionar senadores em seus estados para que votem contra o projeto.
Confira abaixo:
São Paulo, 26 de junho de 2017
RESOLUÇÕES
A Direção Executiva da CUT, em reunião ampliada com a participação de representantes dos Ramos e das Estaduais, ocorrida em São Paulo no dia 22 de junho, deliberou pela realização da greve geral no dia 30 de junho, convocando suas bases para mais uma demonstração de força da classe trabalhadora contra a reforma trabalhista proposta pelo governo ilegítimo e golpista de Michel Temer.
Jamais aceitaremos a retirada de direitos conquistados ao longo de décadas de luta. Repudiamos a reforma trabalhista que está tramitando no Senado Federal (PLC38/2017) porque ela rasga a CLT, amplia a precarização do trabalho, condena o/a trabalhador/a viver de bico, fragiliza a organização sindical e a negociação coletiva, além de dificultar o acesso à Justiça do Trabalho. Repudiamos qualquer tentativa de negociação deste projeto com o governo ilegítimo. Lutaremos contra esta reforma nefasta com todas as nossas forças.
A reprovação do relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, no dia 20 de junho, foi um duro golpe contra o governo ilegítimo e demonstrou que temos condições de barrá-la. Este foi resultado da pressão que estamos fazendo desde o início do ano nas bases eleitorais dos parlamentares e das ações de massa que promovemos que se intensificaram em março (08/03, 15/03, 31/03) e que culminaram com a histórica greve do dia 28 de abril e com a expressiva ocupação de Brasília, realizada no dia 24 de maio.
O governo ilegítimo continua dissociado da sociedade, com baixíssimos índices de aprovação. Continua mergulhando a economia na recessão e ampliando o desemprego. Acossado por denúncias de corrupção que atingem o Presidente da República, o núcleo do seu governo e lideranças expressivas dos partidos que o apóiam, o governo agora vê ruir suas bases de sustentação no Congresso Nacional. Este é o momento para fustigá-lo com mais força ainda.
Derrotar a reforma trabalhista será um passo decisivo para derrotarmos igualmente a reforma da previdência e para desalojar a quadrilha que tomou de assalto o poder no País.
São razões de sobra para a CUT conclamar suas bases para parar o Brasil no dia 30 de junho.
NENHUM DIREITO A MENOS
FORA TEMER
DIRETAS JÁ
ORIENTAÇÕES
Podemos derrotar a reforma trabalhista e o governo ilegítimo de Michel Temer no Congresso Nacional, como demonstrou a votação na CAS no Senado. Só temos um caminho par a atingir este objetivo: continuar lutando e mais forte ainda!
Nossa ação estratégica no curto prazo deve combinar a pressão direta sobre os senadores com ações de massa, que deverão culminar com a greve geral do dia 30 de junho.
PRESSÃO SOBRE OS SENADORES
A pressão sobre os senadores está dando resultado, como mostrou a derrota do governo na CAS – Comissão de Assuntos Sociais do Senado. A próxima batalha será na CCJ, com votação de relatório prevista para o dia 28 de junho.
Temos chances de derrotar novamente o governo, mas isto demandará muita pressão sobre os membros da CCJ, principalmente os que ainda estão indecisos e aqueles que, apesar de serem da base do governo, ainda podem mudar o voto (Lasier Martins-PSD/RS; Marta Suplicy- PMDB/SP; Magno Malta-PR/ES).
Informações detalhadas e atualizadas sobre este quadro da votação podem ser encontradas na Plataforma NA PRESSÃO, publicada no site da CUT (napressão.org.br). As entidades cutistas podem usar essas informações para dar continuidade à pressão direta, nas bases eleitorais dos senadores(manifestações, escrachos, panfletagem, recepção em aeroporto, conversas com cabos eleitorais, pichação, outdoor, lambe-lambe).Devem usar essas informações também para continuar enviando mensagens para os senadores em seus gabinetes. Não podemos perder tempo: vamos tentar virar o jogo NA PRESSÃO!
PARAR O BRASIL NO DIA 30 DE JUNHO: GREVE GERAL
A pressão mais efetiva sobre os parlamentares e sobre o governo golpista virá do local de trabalho, quando os/as trabalhadores cruzarem os braços e pararem o funcionamento das atividades econômicas em todos os setores e em todas regiões do país.
As entidades CUTistas deverão concentrar todos seus esforços para parar o Brasil no dia 30 de junho contra a reforma trabalhista e a retirada de direitos. Enfrentaremos dificuldades em algumas regiões e categorias, mas devemos tentar superar com criatividade esses desafios. Onde houver mais dificuldade, é fundamental concentrar esforços dos sindicatos e movimentos populares na realização de atividades de maior repercussão na região e no estado.
Aprendemos muito com a histórica greve do último 28 de abril. Lições desse aprendizado devem ser aplicadas no planejamento e realização das paralisações e de outras ações que realizaremos no dia 30 de junho para demonstrar ao governo golpista, à sua base de apoio no Congresso e à sociedade brasileira que a classe trabalhadora não aceita a reforma trabalhista, nem a reforma da previdência, porque não aceita a retirada de direitos conquistados ao longo de décadas.
NENHUM DIREITO A MENOS! FORA TEMER! DIRETAS JÁ!
CALENDÁRIO DE LUTAS
Dia 27 de junho
Audiências Públicas no Senado sobre a reforma trabalhista
· Pressão na base dos senadores, especialmente dos membros da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), com foco naqueles que ainda estão do lado do governo, a favor da reforma (conferir informações na plataforma NAPRESSÃO no site da CUT)
· Pressão nos gabinetes dos senadores, com a participação de membros da executiva e de dirigentes da CUT Brasília.
Dia 28 de junho
Votação do relatório sobre a reforma trabalhista na CCJ
· Continuar pressão na base dos senadores, seguindo a linha apontada acima.
· Continuar pressão nos gabinetes dos senadores, na linha indicada acima.
DIA 30 DE JUNHO – GREVE GERAL
· Paralisação no local de trabalho pela manhã
· Outras ações que inviabilizem as atividades produtivas e o funcionamento dos serviços pela manhã
· Manifestações na parte da tarde junto com movimentos sociais
Dia 3 de julho
Avaliação da greve geral do dia 30
· Esta avaliação deverá ser feita pelos sindicatos, Federações, Confederações e Estaduais, como parte de um processo que integre as entidades CUTistas na construção (planejamento - realização – avaliação) das ações estratégicas da Central.
Dia 05 de Julho (ou dia 12 de julho, a ser confirmado)
Votação da reforma trabalhista no Plenário do Senado
· Atos contra a reforma trabalhista nos estados, com a participação dos movimentos populares.