Escrito por: Redação CUT

Em reunião com Jereissati, CUT e demais centrais propõem mudanças no relatório

Dirigente da CUT diz que relator da reforma da Previdência se sensibilizou com relatos, em especial sobre trabalhos perigosos e insalubres e espera que ele mude relatório ou acate emendas

Geraldo Magela/Agência Senado

Em reunião com o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 06/2019, nome oficial da reforma da Previdência, senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE), nesta quinta-feira (29), a CUT e demais centrais - Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CGTB e CSB – apontaram injustiças contra os trabalhadores e trabalhadoras no relatório que ele apresentou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e sugeriram alterações dos itens que mais prejudicam os trabalhadores e trabalhadoras.

De acordo com os sindicalistas, que estavam acompanhados pelo senador Paulo Paim (PT-RS), da forma como as centrais sugeriram as mudanças no texto de itens como carência, pensão por morte, aposentadoria especial e por incapacidade, entre outros, a PEC não precisa voltar para a Câmara dos Deputados para ser votada novamente.

Para o secretário de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, a reunião foi positiva e o senador se sensibilizou com relatos dos sindicalistas, em especial, quando eles falaram sobre os riscos que os trabalhadores de algumas funções, como eletricitários, correm no dia a dia do trabalho. A redução do valor da pensão por morte paga a viúvas e órfãos é outro item que parece ser deixado Tasso sensível a mudanças.

“Quando relatamos a rotina de trabalhos perigosos e insalubres ele realmente ficou sensibilizado.  Agora, vamos esperar ele analisar as emendas que serão apresentadas para ver se incorpora no texto que vai para o Plenário para votação e ainda contamos com a possibilidade do senador alterar o próprio relatório, incorporando as mudanças que sugerimos”, disse Valeir.

Para corrigir as injustiças, a CUT e demais centrais sugeriram a Tasso Jereissati a exclusão de 12 itens do relatório da PEC e a retirada de outros cinco itens.

“Um dos itens que precisa mudar”, diz Valeir, “é o que se refere à mudança de cálculo da aposentadoria que puxa para baixo o valor do benefício”.

“Calcular com base em todos os salários é uma grande injustiça, em especial para os trabalhadores que começam a trabalhar mais cedo, com baixos salários e só depois de muito tempo alcançam média de dois mínimos”.  

As principais mudanças sugeridas são:

A CUT e demais centrais sindicais pediram ainda que Tasso Jereissati retire do seu relatório pontos como idade mínima; garantia de que o cálculo do valor do benefício tenha por base 70% da média das 80% maiores contribuições, mais 1 ponto percentual para cada ano de contribuição (partindo de 85%); melhoria das regras de transição; enquadramento por periculosidade (com a supressão dessa expressão constante do art. 19, § 1º, inciso I e § 4º do art. 21); e a eliminação da desconstitucionalização das regras dos regimes previdenciários.

Confira abaixo a íntegra da carta que as centrais enviaram ao senador:

Brasília, 29 de agosto de 2019.

Excelentíssimo Senhor

Senador TASSO JEREISSATI (PSDB/CE)

Relator da PEC 06/2019 – Reforma da Previdência

Como desdobramento da reunião entre Vossa Excelência e a Central Única dos Trabalhadores - (CUT), Força Sindical - (FS), União Geral de Trabalhadores - (Brasil) - (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - (CTB), Nova Central Sindical dos Trabalhadores - (NCST), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil - (CGTB), Central dos Sindicatos Brasileiros - (CSB), da qual tive a honra de participar, encaminho a Vossa Excelência as propostas abaixo, que visam corrigir algumas das injustiças e exclusões previdências constantes da PEC 06/2019. As principais mudanças são:

Além das supressões indicadas acima, as Centrais solicitam que Vossa Excelência modifique o relatório visando, entre muitos outros pontos: