Escrito por: Redação CUT
Estudo da Universidade Federal de Pelotas mostra que 62.955 vidas de pessoas na faixa etária de 60 a 70 anos foram salvas com a imunização
Em ritmo lento, com apenas cerca de 14,44% de brasileiros totalmente imunizados, as vacinas contra a Covid-19 já salvaram 63 mil vidas no Brasil, segundo estudo da Universidade Federal de Pelotas.
Na projeção anterior, os pesquisadores haviam calculado que a vacinação salvou cerca de 40 mil vidas de pessoas com 70 anos ou mais. Agora, o estudo incluiu a faixa etária de 60 a 69 anos e chegou ao número de 62.955 vidas salvas.
Ainda de acordo com a pesquisa, a taxa de óbitos por Covid-19 após as duas doses da vacina é de apenas 0,02%, de acordo com os dados divulgados no Fantástico.
Os menos de 15% de imunizados ainda é um número muito baixo para frear o avanço da pandemia do novo coronavírus, segundo especialistas que estão preocupados com as novas variantes, como a Delta, que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a recomendar ao Brasil a não relaxar o conjunto de medidas de saúde pública contra a pandemia.
Mesmo com a vacinação lenta, o país vem registrando queda na média móvel de casos e mortes nos últimos dias.
Neste domingo, o Brasil registrou 597 mortes em decorrência de complicações causadas pela Covid-19 em 24 horas, totalizando 533.546 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 1.296 – o menor registro desde o dia 2 de março, quando estava em 1.274.
Se comparar a média móvel de 14 dias, a queda foi de 20%. É o 15º dia seguido de queda nesse comparativo.
Em casos confirmados da doença, desde o começo da pandemia, 19.086.184 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, 20.396 diagnósticos foram confirmados em apenas 24 horas.
A média móvel é a mais baixa desde 19 de fevereiro, quando estava em 45.143. Isso representa uma variação de -33% em relação aos casos registrados na média há duas semanas, o que indica tendência de queda em casos da doença. No pior momento da pandemia a curva da média de diagnósticos chegou à marca de 77.295 novos casos diários, no dia 23 de junho.
Acre, Paraná e Roraima são os três estados que apresentam tendência de alta nas mortes. O Distrito Federal e mais 19 estados estão em queda de mortes.
Vacinação
Até agora, 30.573.383 de pessoas foram vacinadas, dessas, 28.108.088 com a segunda dose e 2.465.295 da dose única. Somando a primeira, a segunda e dose única, são 114.368.095 doses aplicadas no total desde o começo da vacinação, em janeiro.
O estado do Amapá é o único estado que ainda tem menos de 10% de sua população imunizada com as duas doses ou dose única de vacinas. O estado tem 8,92% de imunizados. Entre os estados com mais imunizados estão Mato Grosso do Sul (26,53%), Rio Grande do Sul (19,43%) e Espírito Santo (16,94%).
Duas doses garantem efetividade média de 79,8% em idosos, diz Fiocruz
Uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) constatou que o esquema vacinal completo contra Covid-19 (duas doses) garante taxas de efetividade médias de 79,8% em pessoas com 60 a 80 anos e de 70,3% em idosos com mais de 80 anos.
Segundo a Fiocruz, considerando-se uma média daqueles que receberam o esquema vacinal completo e aqueles que tomaram apenas a primeira dose, as taxas de efetividade ficam em 73,7% em idosos com até 79 anos e de 63% em pessoas com 80 anos ou mais.
São Paulo antecipa vacinação de adultos
O governado de São Paulo anunciou a data de 20 de agosto para a conclusão da imunização de adultos, no estado, antecipando o prazo final, que terminava em 15 de setembro. A antecipação foi possível, de acordo com o governador João Doria (PSDB), devido a aquisição de doses extras de Coronavac.
Segundo Doria, 2,6 milhões de doses já chegaram, e o restante de 1,4 milhão de doses serão recebidas em breve.
Doria disse que adolescentes de 12 a 17 anos serão vacinados a partir de 23 de agosto. A imunização de adolescentes vai até 30 de setembro.
Desigualdade na vacinação cria "apartheid no mundo", reclama OMS
A desigualdade na distribuição de vacinas anticovid entre os países está criando “um apartheid no mundo”, reclamou a diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão, em entrevista ao Valor.
Na entrevista, Mariângela alertou que, mesmo as pessoas já vacinadas, continuam correndo o risco de infecção de Covid-19. Foi ela quem recomendou ao Brasil não relaxar o conjunto de medidas de saúde pública contra a pandemia, especialmente por causa da rapidez de propagação da variante Delta.