Escrito por: CUT-RO

Trabalhadores da Usina de Jirau (RO) entram em greve

Proposta dos patrões também foi recusada em Santo Antônio, onde negociação continua


Nas assembleias realizadas no início da manhã desta segunda-feira (27), dentro dos canteiros de obra, os trabalhadores da Usina de Jirau rejeitaram a proposta patronal de 8,5% e cesta alimentação de R$ 450,00 e entraram em greve. Em Santo Antônio a proposta também foi rejeitada, mas os trabalhadores optaram por aprovar uma contrapostas de 8,8% e continuar trabalhando, conforme orientação do Sindicato e determinação da Justiça do Trabalho.

Com a pressão do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Construção Civil (STICCERO) e a participação decisiva de uma Comissão de Trabalhadores; bem como, o apoio da Confederação dos Trabalhadores na Industria da Construção e Madeira (CONTICOM) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT); além de dois dias de paralisação em Santo Antônio, as empresas construtoras das Usinas do Madeira haviam apresentado uma das melhores propostas do setor da construção neste ano no país; pois além dos 8,5% linear para todas faixas salariais, o vale alimentação recebeu 12,5% de reajuste ficando em R$ 450,00.

Greve pode ser considerada ilegal

Com a recusa da proposta patronal, o STICCERO espera restabelecer imediatamente as negociações para construir uma proposta definitiva para se chegar a um acordo. Nas assembleias o Sindicato explicou que já existe uma liminar concedida no dia 24.04.2015, no Dissídio de Greve nº 0000050-89.2015.14.0000, na qual a Justiça do Trabalho tinha determinado o fim da greve de dois dias na Usina de Santo Antônio.

Na liminar a Justiça ainda proibiu o STICCERO de propor ou incentivar greve sob pena de multa de R$ 50.000,00. A greve foi declarada ilegal porque o Acordo Coletivo atual só termina em 1º de maio e não pode haver greve antes do seu fim; as negociações não tinham se encerrado; e a empresa não foi comunicada com antecedência de 48 horas. Embora alertados de que não se poderia entrar em greve neste momento, os trabalhadores decidiram deflagrar o movimento mesmo assim.

Acordo é melhor do que o da Usina de Belo Monte

Com a proposta já apresentada, o Acordo Coletivo dos trabalhadores das Usinas do Madeira continua muito superior ao da Usina de Belo Monte, que normalmente é destino para parte dos trabalhadores egressos dos empreendimentos de Rondônia. Os pisos salariais, por exemplo: ajudante R$ 1.189.50 em RO e R$ 928,40 no PA; oficial (pedreiro, carpinteiro,etc.) R$ 1.646,99 no Madeira e R$ 1.386,00 em Belo Monte; enquanto o auxílio alimentação é R$ 450 em Rondônia e R$ 330,00 no Pará. Os dados do acordo de Belo Monte podem ser conferido no link: http://www3.mte.gov.br/sistemas/mediador/