Escrito por: CUT-SC
Capital catarinense foi palco de mais uma mobilização contra o golpe
Não teve tempo ruim para os trabalhadores e trabalhadoras que lutam pela democracia e contra a retirada de direitos. Final da tarde do dia 31 de março, seguindo uma grande manifestação na capital do país, Florianópolis levou às ruas mais de 3 mil pessoas que não aceitam o golpe contra à democracia e veem o impeachment como um ataque aos trabalhadores e não a um governo.
Muitos trabalhadores e trabalhadoras, que mesmo não tendo ligação a nenhuma entidade organizadora do evento, saíram dos seus locais de trabalho e foram pra rua debaixo de uma forte chuva, mostrar que essa luta pela democracia perpassou as fronteiras dos movimentos e chegou aos trabalhadores e trabalhadoras.
Foi o caso do professor Diego, trabalhador de uma creche pública municipal de Florianópolis. Ele encerrou o seu expediente às 17 horas, pegou carona com um amigo e saiu do sul da ilha, local em que ele mora e trabalha, para participar do ato em defesa da democracia e pelos direitos dos trabalhadores.
Diego que acompanhava tudo debaixo de um guarda-chuva, estava sozinho ao meio das milhares de pessoas que participavam da mobilização. O professor de Educação Infantil afirmou que, a sua luta não era algo individual, mas pelo futuro do nosso país que recentemente já havia sido golpeado pelas durezas de uma ditadura militar, história que ele não quer que se repita. “Não podemos permitir que um presidente da Câmara tão corrupto como é Eduardo Cunha e um juiz que tem se posicionado politicamente como o Sérgio Moro, destruam algo tão precioso que é a democracia do nosso país”, frisou o professor.
Assim como Diego, a chuva também não impediu que a cadeirante Denise Siqueira, participasse do ato em Florianópolis. Denise que é mestranda na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, destacou a falta de provas para abrir um processo de impeachment contra à presidenta. “É um absurdo os adjetivos que alguns usam ao falar da presidenta Dilma, chamam ela de puta, de vaca, de gorda, isso é machismo! Falam isso porque não tem argumentos concretos para acusar à presidenta”, explicou Denise.
O professor de Literatura da rede pública e privada, Anderson da Costa, participou do ato acompanhado de sua esposa e amigos, ao ser indagado sobre a sua motivação de estar naquele ato, num final de tarde chuvoso, o professor não hesitou ao falar que estava lá para resistir ao golpe e que também lutava por todos aqueles que saíram dos bolsões de miséria do país e daqueles que conseguiram estudar por incentivo do governo. “Os outros tiveram 500 anos administrando o Brasil e não conseguiram, no momento que se começa mudar a vida do povo, acontece essa resistência fascista, contra a qual, a gente tem que resistir até o último momento”, destacou Anderson.
O ato, que foi organizado pela Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo de Santa Catarina, terminou por volta das 19 horas com todos e todas cantando o Hino Nacional. De acordo com os organizadores até o final desse processo de impeachment, mais atos serão organizados a fim de dialogar com a população e mostrar que o golpe não é contra um governo, mas contra os trabalhadores brasileiros.