Escrito por: CUT Nacional*
Imensa maioria diz não a congelamento de investimento público
Uma pesquisa coordenada por professores da Unifesp e da USP mostra uma forte rejeição, em São Paulo, ao possível corte de gastos públicos com saúde e educação em momentos de crise. Cerca de 85% das pessoas são contra a medida, tanto entre mais pobres (com renda de até R$ 1.760) quanto entre mais ricos (renda superior a R$ 17.600), diz a coluna de Mônica Bérgamo na Folha de S. Paulo desta segunda, dia 21.
"Quisemos medir o consenso sobre medidas privatizantes, de Estado mínimo e cortes sociais que estão na agenda do governo de Michel Temer", diz a socióloga Esther Solano (Unifesp), que conduziu o levantamento, com 1.058 entrevistas em toda a cidade, ao lado de Marcio Moretto Ribeiro e Pablo Ortellado (ambos da USP). As perguntas eram ligadas a temas como PEC do Teto e reforma da Previdência.
Segundo o estudo, o "consenso não liberal" é maior entre os entrevistados mais pobres. A eventual privatização de estatais como os Correios, por exemplo, é repudiada por 48% das pessoas na faixa salarial mais baixa. Na mais alta, o percentual cai para 26%.
Curioso resultado, numa cidade que elegeu um prefeito com uma plataforma explicitamente privatista.
*com dados do Brasil 247 e da Folha de S. Paulo.