Escrito por: CUT
Dirigente sindical fala da dificuldade imposta por patrões para impedir paralisação
No dia 27 de abril, é comemorado o Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica. Somente em 2015, por meio da Lei Complementar 150, sancionada pela presidenta Dilma Rousselff (PT), os trabalhadores e trabalhadoras domésticas passaram a ter seus direitos garantidos.
Entre os benefícios alcançados pela categoria, está o intervalo de almoço, adicional noturno, redução da carga horária aos sábados e principalmente o recolhimento de FGTS e INSS desses trabalhadores passaram a ser assegurados por lei e representaram uma grande conquista para a categoria.
O Censo de 2014 do IBGE mostra que 6,4 milhões de brasileiros nos lares de famílias, porém nem um terço mantém esse vínculo profissional formalizado. Mesmo com a PEC das Domésticas, os avanços ainda não uma realidade no Brasil, afirma a presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Luiza Batista.
“Os empregadores aproveitam da necessidade das trabalhadora, sabendo das suas dificuldades, oferecem salários e jornada de trabalho desumanas”, explica a dirigente sindical em entrevista ao portal da CUT.
Confira a entrevista:
CUT: Como está a categoria hoje?
Luiza Batista: Nós conquistamos nos governos de Lula e Dilma diversos direitos que eram privilégios de outras categorias. Nossa preocupação atual é com os retrocessos que o golpe está promovendo. Lutamos durante 80 anos para ter o valor de nosso trabalho reconhecido, mas podemos perder todos os avanços dos últimos anos.
CUT: As trabalhadoras estão com dificuldade em aderir à Greve Geral?
A maioria dos empregadores reclamam da greve e dizem que não temos esse direito. Apenas 20% dos empregadores entenderam a nossa paralisação de amanhã. Os sindicatos vão parar amanhã, mostrando para os patrões e para nossas companheiras, que estamos inseridas no processo de luta contra o retrocesso.
CUT: De que forma a Reforma Trabalhista afetará a categoria?
Isso será horrível para a nossa categoria. Todo nosso avanço pode ser prejudicado. A trabalhadora pode ter um contrato com um empregador que exija dela uma jornada de uma hora por dia, ou duas horas por dia, e seu salário não vai pagar conta alguma. A negociado sobre o legislado é terrível. Os empregadores aproveitam da necessidade das trabalhadora, sabendo das suas dificuldades, oferecem salários e jornada de trabalho desumanas.