Empreiteira de ex-líder do governo Bolsonaro no Senado atuou em cartel do asfalto
Empresa suspeita de integrar cartel que teria fraudado mais de R$ 1 bilhão em licitações da Codevasf tem elos familiares com o senador Fernando Bezerra Coelho
Publicado: 11 Outubro, 2022 - 09h42 | Última modificação: 11 Outubro, 2022 - 10h16
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) nas licitações fraudulentas da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), expôs mais um elo do grupo de aliados que se beneficiou com o esquema de corrupção na estatal, apelidado de “bolsolão do asfalto” por internautas.
Segundo o TCU, a construtora baiana Liga Engenharia, ligada a familiares do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ex-líder do Bolsonaro, é uma das suspeitas de integrar o cartel de empresas de pavimentação que teria fraudado licitações da Codevasf no valor de mais de R$ 1 bilhão.
A esquema seguiu o mesmo roteiro das demais empreiteiras que estão assaltando os cofres públicos na estatal aparelhada por Bolsonaro. A Liga teria combinado dividir licitações da superintendência pernambucana da Codevasf com outras três empresas, além de ter apresentado propostas de fachada em outras concorrências da estatal federal, de acordo com o TCU, relata o jornal Folha de S Paulo.
O presidente da Codevasf é Marcelo Moreira Pinto. Ele foi indicado para o cargo pelo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), mandas-chuva do Centrão.
Em Pernambuco, a superintendência regional da Codevasf está localizada em Petrolina, no sertão, reduto eleitoral da família Coelho. O ex-prefeito do município e candidato derrotado ao governo de Pernambuco Miguel Coelho (União Brasil) é filho de Fernando Bezerra.
O escritório regional recebeu “mais de R$ 300 milhões em emendas e transferências extraordinárias apadrinhadas pelo senador apenas nos dois primeiros anos da gestão Bolsonaro”, diz a Folha.
Segundo o TCU, a Liga Engenharia faria parte de um cartel que teria dividido as licitações com outras três empresas, além de ter apresentado propostas de fachada em outras concorrências da Codevasf.