Escrito por: Redação RBA
Indebrás, na zona oeste de São Paulo, fechou e deixou aproximadamente 150 trabalhadores sem salários. "O pessoal quer trabalhar ou receber", diz sindicalista
São Paulo – Fundada em 1966, na zona oeste de São Paulo, a Indebrás fechou na semana passada e deixou aproximadamente 150 trabalhadores, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, sem receber. Desde então, eles decidiram acampar na fábrica, se revezando em três turnos. Parte dos funcionários leva suas famílias ao local, na Vila Jaraguá, à beira da rodovia Anhanguera. A única informação até agora é de que o controle da empresa passou para o grupo AJC, especializado na gestão de empresas em crise.
O diretor do sindicato Érlon Souza Lorentz conta que, na semana passada, os trabalhadores viram dois caminhões parados na Indebrás, e o motorista de um dos veículos disse que tinha sido contratado para retirar máquinas e equipamentos. A empresa fornecia para diversas montadoras, que ainda têm peças no local. Segundo Érlon, na segunda-feira (7) representantes da Iveco estiveram lá, e ontem foi a vez da Volkswagen. Hoje mesmo, ele se reuniu com uma advogada do grupo, mas a conversa foi inconclusiva.
"O pessoal quer trabalhar ou receber", diz o sindicalista. "Tem salários atrasados desde janeiro." De acordo com Érlon, a princípio a notícia de um investidor foi recebida com esperança, mas funcionários dizem que a relação com as montadoras foi se deteriorando.
Parcerias foram feitas com empresas para conseguir cestas básicas e botijões de gás para os trabalhadores, que fazem assembleias e atividades diariamente na fábrica, onde 15 barracas foram instaladas. "O povo está se virando nos 30 para vir pra cá", diz Érlon.