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Endividamento bate terceiro recorde este ano e atinge 79,3% das famílias brasileiras

Famílias com renda mensal inferior a 10 salários mínimos são mais afetadas. Neste grupo, 80,3% relatam ter dívidas em atraso. Este é o maior percentual desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2010

Publicado: 11 Outubro, 2022 - 11h27 | Última modificação: 11 Outubro, 2022 - 11h38

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Roberto Parizotti (Sapão)
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Com as taxas de juros nas linhas de crédito em alta, os salários em baixa e milhões de trabalhadores e trabalhadoras na informalidade, além da inflação alta que pesa mais no bolso dos mais pobres, o endividamento das famílias brasileiras bateu recorde pelo terceiro mês consecutivo em 2022.

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em setembro, 79,3% dos lares tinham dívidas a vencer. A situação é pior entre as famílias com renda mensal inferior a dez salários mínimos. Nesse grupo, dizem estar com débitos em atraso 80,3% das famílias, o maior percentual desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2010.

85,6% das famílias relataram dívidas a vencer no cartão de crédito, o eterno vilão. As outras dívidas são com cheque pré-datado, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, além de prestação de carro e de casa própria. Confira abaixo. 

Reprodução/CNCReprodução/CNC

Inadimplência acelerou

Em setembro, o volume de consumidores que atrasaram o pagamento de dívidas e, portanto, estão inadimplentes, atingiu 30%, o maior desde o início da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC.

A inadimplência também registrou o terceiro aumento mensal consecutivo este ano e subiu 4,5% no mês passado, a maior taxa anual desde março de 2016.

Mulheres mais endividadas

As mulheres, as primeiras a perderem o emprego durante as crises econômicas e as últimas a conseguirem se recolocar no mercado de trabalho, são as mais endividadas.

De acordo com a CNC, entre agosto e setembro, o endividamento avançou 0,9 ponto porcentual no grupo feminino (eram 80%, agora são 80,9%), enquanto teve leve queda no recorte masculino (de 78,3% para 78,2%).

Atualmente, as mulheres estão mais endividadas no cartão de crédito e no cheque especial. Já entre os homens, as modalidades de crédito pessoal, carnês de loja, financiamentos e consignados prevalecem.