Escrito por: Redação CUT
Ignorando novo surto e perdas da população, como faz desde março, presidente diz que falta derrubar o “último tabu” se referindo ao uso de máscaras, uma das formas de evitar a contaminação pelo novo coronavírus
Mesmo com o Brasil contabilizando 171.497 vidas perdidas para a Covid-19 e 6.204.570 pessoas contaminadas até às 8h da manhã desta sexta-feira (27), com vários estados registrando um surto da doença, com aumento dos números de casos e mortes, possivelmente alguns já vivendo a segunda onda da pandemia, o governo federal ainda não tem um plano nacional de combate ao novo coronavírus.
Pior que isso, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), continua zombando da tragédia sanitária e do drama das famílias enlutadas, ignorando - e estimulando seus seguidores a fazer o mesmo – as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a disseminação do vírus, como evitar aglomerações, usar máscaras e álcool em gel. Nesta quinta, ele disse que o uso de máscaras é "o último tabu a cair".
"A questão da máscara, ainda vai ter um estudo sério falando sobre a efetividade da máscara... é o último tabu a cair", afirmou.
No dia em que o presidente estimulou o fim do uso das máscaras, o Ministério da Saúde divulgou, às 20h, que o país tinha registrado 698 mortes em 24 horas, elevando a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias para 479. Desde o dia 15 de novembro o país vem registrando altas consecutivas no número de mortos em consequência da Covid-19.
Nas 24 horas entre quarta e quinta-feira, foram confirmados 37.672 novos casos de pessoas contaminadas. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 31.640 novos diagnósticos por dia, a maior desde 16 de setembro.
O Rio de Janeiro, segundo estado mais afetado pela pandemia, que tem 346.024 casos confirmados e 22.394 óbitos desde o início da pandemia, vem registrando alta na média móvel de contaminações e mortes há dez dias.
O novo surto já preocupa médicos e autoridades da saúde do Rio. Somente nesta quinta-feira (26), foram registradas 138 mortes - aumento de 20% em relação ao dia anterior -, e 2.029 novos casos. A taxa de ocupação de leitos também subiu e em algumas cidades 97% dos leitos para Covid estão ocupados
Em São Paulo, estado mais afetado pela pandemia, com 1.229.267 casos e 41.773 mortes, as notícias sobre novo surto começaram com médicos de hospitais privados alertando que os leitos estavam lotados, depois a rede pública também admitiu o aumento, mas o governador João Doria (PSDB) não anunciou medidas mais duras de isolamento social.
Ele decidiu analisar os indicadores só na segunda-feira (30), um dia depois do segundo turno das eleições municipais. O candidato do PSDB, Bruno Covas, concorre com o candidato do PSOL, Guilherme Boulos no próximo dia 29.
O comitê de saúde que assessora o governo de São Paulo no combate à Covid-19 até recomendou, na terça-feira (24), um aumento nas restrições de circulação no estado para combater o avanço do coronavírus, mas não teve jeito.
Em SP, as internações por Covid-19 apresentaram alta pela segunda semana seguida, segundo dados divulgados na segunda-feira (23). Houve um aumento de 17% nas internações entre os dias 15 e 21 de novembro, após aumento de 18% na semana anterior, de 8 a 14 de novembro. Estados.
Médias de mortes no Brasil
Em comparação aos últimos sete dias, a média móvel de mortes subiu em dez estados: RS, SC, ES, MG, RJ, SP, AC, AM, CE e SE.
Ficou estável, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente, em outros sete estados: MS, PA, RO, BA, MA, PB e PE
E está em queda em 9 estados mais o Distrito Federal: PR, DF, GO, MT, AP, RR, TO, AL, PI e RN.
Confira percentuais de aumento feitos pelo G1:
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Norte
Nordeste