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Enquanto Lula fala em perdoar as dívidas com o Fies, Bolsonaro renegocia

Se conseguirem emprego com salário decente, os estudantes inadimplentes poderão renegociar as dívidas para quitação do saldo de 7 de março a 31 de agosto no BB e na Caixa

Publicado: 11 Fevereiro, 2022 - 16h12 | Última modificação: 11 Fevereiro, 2022 - 16h17

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Reprodução
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O ex-presidente Lula (PT) ajuda o povo até fora do governo, comemorou internauta quando o governo de Jair Bolsonaro (PL) anunciou nesta quinta-feira (10), a regulamentação das regras para a renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O internauta agradeceu o ex-presidente porque Bolsonaro correu para autorizar a renegociação após entrevista que Lula deu no Podpah onde ficou claro que ele perdoria as dívidas se fosse presidente.

“Tem um milhão de universitários que tão devendo o Fies e não podem pagar. Anistia essas crianças. Anistia! Qual o prejuizo para o Brasil? Tem tanto empresário dando calote, o que custa a anistiar os meninos”, disse Lula há três na entrevista que viralizou nas redes sociais.

Só tem um porém, Lula disse que ia anistiar as dívidas. Bolsonaro, apesar das altas taxas de desemprego e inflação galopante quer que os estudantes renegociem as dívidas.

Se estiverem empregados ou conseguirem colocação no mercado de trabalho com salário decente, os estudantes inadimplentes poderão renegociar as dívidas para quitação do saldo de 7 de março a 31 de agosto na Caixa ou no Banco do Brasil.

Mais de 1,3 milhão de estudantes inadimplentes estão aptos a participar da revisão dos contratos, diz o governo.

Como vai ser a renegociação das dívidas do Fies

A renegociação das dívidas do Fies foi lançada por meio da Medida Provisória, a MP nº 1.090.

De acordo com as regras, para os estudantes com dívidas com 90 a 360 dias de atraso, a medida prevê desconto de 12% no saldo devedor, isenção de juros e multas e parcelamento em até 150 vezes.

Para inadimplência superior a 360 dias, a MP prevê desconto de 86,5% no saldo devedor, também com eliminação dos encargos.

Caso o estudante esteja inscrito no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico) e seja beneficiário do Auxílio Emergencial, o desconto será de 92%.

Além disso, o valor remanescente dessa dívida poderá ser parcelado em até dez vezes, com pagamento de parcela mínima de R$ 200.

De acordo com o ministro da Educação, Milton Ribeiro,serão beneficiados diretamente mais de um milhão de brasileiros, sendo que 850 mil vão ter até 92% de desconto.

O ministro disse ainda que esses estudantes vão parcelar a dívida em até 150 meses.

Segundo o MEC, atualmente, dos 2,6 milhões de contratos ativos formalizados até 2017, mais de 2 milhões estão na fase de quitação, com um saldo devedor de R$ 87,2 bilhões. Desses, mais de um milhão de estudantes estão inadimplentes, com mais de 90 dias de atraso no pagamento. Isso representa uma taxa 51,7% de inadimplência e soma R$ 9 bilhões em prestações não pagas.

Como renegociar

Os contratos do Fies estão vinculados ao Banco do Brasil (BB) e à Caixa Econômica Federal. Nas duas instituições financeiras, os estudantes poderão realizar todo o procedimento de renegociação da dívida por meio digital.

Na Caixa, onde a dívida média é de R$ 35 mil, o interessado já pode consultar via internet e verificar se pode ou não pedir a renegociação e qual desconto e parcelamento poderá ter.

Depois da abertura do período de adesões, em 7 de março, e após confirmar seu enquadramento nas regras e simular a renegociação, os estudantes devem gerar o boleto para pagamento da primeira parcela ou, caso optem pela quitação de uma só vez, da parcela única.

No BB, a adesão poderá ser feita diretamente pelo aplicativo do banco na internet, acessando a opção Soluções de Dívidas e clicando em Renegociação Fies. Por meio da solução, segundo o banco, o estudante poderá verificar se faz parte do público-alvo, as opções disponíveis para liquidação ou parcelamento da dívida, os descontos concedidos, assim como os valores da entrada e demais parcelas.

De acordo com o presidente do BB, Fausto Ribeiro, a partir do dia 19 de fevereiro, aqueles que têm direito à renegociação receberão uma oferta ativa na tela de entrada do aplicativo do banco, pelo celular, informando as condições de quitação.

Com informações da Agência Brasil.