Escrito por: Redação CUT
O país está no momento mais letal da pandemia, com média móvel acima de mil mortos há 38 dias, desde 21 de janeiro
Enquanto a pandemia do novo coronavírus recua no mundo, com autoridades acelerando a imunização da população ao mesmo tempo em que decretam medidas de restrição de circulação, de âmbito nacional, mais rígidas, o Brasil, sem comando nacional, sem vacina, sem oxigênio de sem medicamentos básicos, enfrenta o momento mais duro da pior crise sanitária do século e fracassa no combate à Covid-19.
Para evitar o caos na saúde, alguns estados e cidades brasileiras adotaram medidas restritivas, como lockdown e toque de recolher, para conter a propagação da doença, sem apoio do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), que trabalha contra as medidas, prioriza a economia e não as vidas. Governadores pedem que as medidas sejam em todo território nacional, mas Bolsonaro se recusa a adotar restrição de circulação.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo morreram desde o início da pandemia do novo coronavírus, mas o total de mortes e infecções vem caindo, ao contrário do Brasil, onde só aumenta. A marca de 2 milhões de mortes globais de Covid-19 foi registrada em 15 de janeiro. Até agora, pelo menos 114.208.352 casos de Covid-19 foram relatados mundialmente.
Os Estados Unidos (EUA) lideram com o maior número de mortes, seguidos por Brasil, México, Índia e Reino Unido. Em 22 de fevereiro, os EUA ultrapassaram a marca de 500 mil mortes totais de Covid-19, de acordo com a universidade.
Já o Brasil chegou a 200 mil mortes em 7 de janeiro. Em 48 dias depois atingiu a marca de 250 mil vidas perdidas desde o início da pandemia.
Os dados divulgados diariamente pelo consórcio de imprensa mostram que o país está em seu momento mais letal da pandemia, com média móvel acima de mil mortos desde 21 de janeiro, ou seja, há 38 dias. Ao menos em 17 capitais, a pressão pelos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está acima de 80%, e um colapso na rede hospitalar, na maior dimensão da crise sanitária, não está descartado por especialistas.
No Brasil, mais de 46,82 milhões de brasileiros estão vivendo sob toques de recolher para conter a propagação do novo coronavírus - número que pode aumentas nas próximas semanas.
Já os países que melhor enfrentaram a pandemia da Covid-19, já desfrutam de uma normalidade após a aplicação de medidas rígidas de isolamento social, enquanto outros, como o Brasil, repetem confinamentos diante de uma segunda e até terceira onda, pior que o início da crise.
De acordo com o monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS), quatro das seis regiões do mundo tiveram uma redução no número de casos do novo coronavírus. São elas: Américas, Europa, África e Pacífico Ocidental, que inclui, entre outros países, China, Austrália, Nova Zelândia e Japão.
Apesar do Brasil, que registra o pior momento na pandemia com recordes de mortes e internações, as Américas, por sua vez, continuam sendo a região com a maior queda no número absoluto de casos.
Já o Sudeste Asiático e Mediterrâneo Oriental, que inclui entre outros Afeganistão, Egito, Líbano, Emirados Árabes e Irã — registraram um aumento, de 2% e 7% respectivamente.
Entre os países que mais se destacaram na pandemia está Nova Zelândia, que foi elogiado por sua estratégia frente à Covid-19, Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Finlândia, Noruega, Austrália e China.
Os países asiáticos reagiram rapidamente ao confinamento de pessoas devida a maior incidência de infecções e implantando uma poderosa estratégia de rastreamento, testes em massa e quarentenas.
México, Índia, Brasil e Estados Unidos são os quatro países que mais fracassaram no combate à pandemia da Covid-19. Tanto os EUA como o Brasil, com os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro, minimizaram a doença, provocaram aglomerações, desrespeitaram a ciência e o distanciamento entre pessoas.
Já o México tem o maior percentual de casos confirmados por teste e também a pior taxa de mortalidade no último mês. No fim da classificação estão Argentina e Peru.
Colômbia também entrou na lista dos 10 piores que fracassaram no controle da doença. Os países latino-americanos têm algumas das piores taxas de mortalidade por milhão de habitantes, apesar dos rígidos confinamentos, fechamento de fronteiras e toques de recolher noturnos.
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou mais um novo recorde de mortes pela Covid-19, segundo a média móvel dos últimos sete dias. Foram 1.208 mortes, notificações 755 óbitos por Covid-19 de sábado (27) para domingo (28), totalizando 255.018 vidas perdidas por causa do novo coronavírus. A média móvel está 11% maior do que o cálculo de duas semanas atrás. Os recordes seguidos indicam uma tendência consolidada de aumento dos óbitos provocados pela doença no Brasil.
Desde as 20h de sábado, 40.495 novos casos da doença foram notificados, elevando para 10.549.129 o total de pessoas que já foram infectadas. A média móvel de sete dias foi de 54.547 diagnósticos positivos, 21% maior do que 14 dias atrás.
O estado de Roraima não informou os dados neste domingo.