Enquanto Pazuello omite 100 mil mortes na OMS, Brasil patina no controle da pandemia
O Brasil registrou mais 55.155 casos e 1.175 óbitos em decorrência da Covid-19, em 24 horas e já soma 104.201 vidas perdidas
Publicado: 13 Agosto, 2020 - 12h00 | Última modificação: 13 Agosto, 2020 - 14h50
Escrito por: Redação CUT, com colaboração da CUT-RS e CUT-BA
Há 89 dias sem Ministro da Saúde, falta de insumos para casos graves de Covid-19 em 22 hospitais – o que sobra é a cloroquina que tem efeito placebo- e sem uma coordenação nacional de combate ao novo coronavírus, o Brasil segue com a pandemia descontrolada em vários estados e já soma 104.201 vítimas fatais e mais de 3,1 milhões de pessoas infectadas.
Nos hospitais faltam remédios como sedativos, anestésicos analgésicos e bloqueadores neuromusculares, insumos necessários para pacientes em estado grave, segundo apuração do UOL. Por outro lado, afirma o portal, sobra cloroquina, remédio sem comprovação científica para a doença divulgado amplamente pelo presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que investiu milhões na produção do medicamento.
Apesar deste cenário, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, não se constrangeu ao omitir os números da tragédia brasileira durante reunião virtual com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele se limitou a apresentar dados supostamente positivos como o número de pacientes recuperados. Não se sabe se são pessoas que ficaram em estado e que, portanto, podem tem sequelas graves. A informação é do blog Jamil Chade, no UOL.
O Brasil é o segundo país com o maior número de mortes pelo coronavírus e o segundo maior número de infectados, em termos absolutos. Atrás apenas dos Estados Unidos que registra 5,2 milhões de casos e mais de 165 mil mortes.
Nesta quarta-feira (12), o Brasil registrou mais 55.155 casos e 1.175 óbitos em decorrência da Covid-19, segundo o Ministério da Saúde.
A média móvel de mortes nos últimos sete dias é 978, uma queda de 5% em relação há 14 dias. Quanto ao número de casos, a média móvel diária dos últimos sete dias é de 43.959 novos casos, uma queda também de 5% em relação há 14 dias.
Seis capitais têm UTIs com taxa de ocupação acima de 80%
A pandemia avança em estados do Sul e do Centro-Oeste e pressiona o sistema de saúde dos estados, como é o caso de Minas Gerais. Em seis capitais do país a ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) está acima de 80%.
Com ocupação acima de 90%, Goiânia e Campo Grande registram o pior cenário, seguido por Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba e Aracaju, com mais de 80% dos leitos ocupados.
Nesta segunda-feira (10), a capital de Goiás estava com 95% dos 106 leitos de terapia intensiva para pacientes com suspeita de Covid-19 ocupados.
Em Campo Grande (MS), a ocupação chegou a 91%, na sequência vem Porto Alegre com a taxa de ocupação de 89%, Curitiba registrava uma taxa de ocupação de leitos de UTI acima de 80% e Distrito Federal com a taxa de ocupação em 73%.
Estados
Seis estados e o DF estão com o número de mortes em alta, são eles: Santa Catarina, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Amapá e Tocantins.
Já o Amazonas, que tem registrado número alto de mortes, está passando por uma revisão dos óbitos. Algumas mortes por Covid não foram contabilizadas entre abril e junho e, portanto, estão sendo registradas agora, o que pode estar levando ao aumento da média.
Doze estados estão em estabilidade, ou seja, a média diária de mortes não variou muito nem pra cima, nem pra baixo: Paraná. Rio Grande do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Já oito estados estão com redução na média diária de mortes: Rio de Janeiro, Acre, Rondônia, Roraima, Alagoas, Ceará, Maranhão e Sergipe.
Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul confirmou 68 mortes e 2.667 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas. Com a atualização nos dados, o Estado contabiliza 2.540 mortes e 90.049 diagnósticos positivos para a doença. A taxa de ocupação dos leitos de UTI no RS estava em 77,8%. Em Porto Alegre, 89,49% dos leitos estavam preenchidos.
Apesar disso, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou uma proposta de retorno gradual e escalonado às aulas a partir de 31 de agosto para as redes pública e privada. O primeiro nível a voltar seria o Ensino Infantil. O Ensino Superior retornaria em 14 de setembro, o Médio e Técnico, em 21 de setembro, os anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de setembro e os anos iniciais, em 8 de outubro.
Para a presidente do CPERS Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, o governador está sendo irresponsável. “Nós estamos indignados com essa possibilidade, num momento em que a pandemia está crescendo muito no RS. O número de mortes sobe diariamente”, protesta.
Bahia
Salvador registra 64.785 pessoas infectadas e 2.036 vidas perdidas para a Covid-19. A taxa de letalidade na capital baiana é de 3,14% contra os 3,3% do Brasil. Apesar desses números, a cidade está na terceira fase na retomada das atividades.
A prefeitura vem utilizando a taxa de ocupação dos leitos de UTI como indicador de monitoramento do avanço da doença, porém, com o aumento do fluxo de pessoas nas ruas a tendência natural é haver um “repique” na proliferação de novos casos da doença.
O estado tem 68% de ocupação dos leitos de UTI com pacientes de Covid-19. Em Salvador esse percentual é de 57%.