“A situação se potencializou com a crescente omissão do papel do Estado na promoção de políticas públicas de bem estar social, aliança entre governo e interesses corporativos em detrimento dos interesses da vida e o enfraquecimento da democracia. Isso levou organizações, movimentos e coletivos a refletirem sobre a necessidade de uma plataforma, um mecanismo que ajudasse as diversas ações de enfrentamento à fome no país a se encontrarem e convergirem contra a fome”, diz trecho da nota divulgada pela Frente.
Por dignidade
A contradição da fome em um país continental que usa a maior parte de suas terras produtivas para plantar e colher commodities e se vende como “celeiro do mundo” já era apontado por Josué de Castro na década de 1940, em seu livro Geografia da Fome. Uma fome, aliás, que ultrapassa os limites da seca do Nordeste e torna-se comum até entre pequenos produtores rurais.
“A Fome é um projeto político e econômico que exclui, desnutre e mata populações. Se a fome é uma forma organizada de exploração, temos que nos organizar para outro projeto de sociedade e de país. Um projeto para todos, com uma economia que tenha como centro a dignidade humana e a organização e produção popular. Eis o desafio para o surgimento da Frente Nacional Contra a Fome”, comenta Fábio Paes, da Ação Social Franciscana (Sefras) .
“Um país riquíssimo como o nosso, com acesso ao atual nível tecnológico mundial, convivendo com a fome de milhões de pessoas é uma ofensa é uma indignação que dão sentido à criação da Frente Nacional contra a fome”, disse Eliane Martins, da Periferia Viva.
Lançamos, hoje, dentro do Fórum Social das Resistências, em Porto Alegre, a FRENTE NACIONAL CONTRA A FOME. Essa é a prioridade 1 do Brasil. Com Bolsonaro presidente, a fome voltou e 117 milhões de pessoas não têm acesso pleno e permanente à comida. @consea_rs #segurancaalimentar pic.twitter.com/bSoUrwp2F9
— Bohn Gass (@BohnGass) April 28, 2022
Composição da Frente Nacional contra a Fome
- Articulação Brasileira de Francisco e Clara (ABFC)
- Ação da Cidadania, Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs)
- Banquetaço
- Escola de Cidadania (Camp)
- Campanha Gente é Pra Brilhar, Não pra Morrer de Fome
- Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada
- Colegiado de Presidentes dos Conselhos Estaduais de Segurança Alimentar e Nutricional (CPPE)
- Coalizão Negra por Direitos
- Coletivo Paracatuzum
- Conferência Popular Nacional por Democracia, Direitos, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional
- Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do RS
- Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag)
- Instituto Hori – Educação e Cultura
- Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direito (MTD)
- Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
- Movimento Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
- Movimento Nacional Fé e Política
- Observatório das Metrópoles
- Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional de Sergipe
- Observatório Popular da Cultura Alimentar da População Negra e dos Povos e Comunidades Tradicionais
- OXFAM Brasil
- Periferia Viva
- Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh)
- Ação Social Franciscana (Sefras)