Escrito por: Redação CUT

Entre maio e outubro, total de desempregados pulou de 10,1 milhões para 13,8 milhões

De acordo com a PNAD-COVID-19 do IBGE, 3,7 milhões de trabalhadores perderam o emprego no país nos meses mais críticos da pandemia

Christiano Antonucci/Governo de MT

O total de trabalhadores e trabalhadoras desempregados aumentou de 10,1 milhões em maio, início da fase mais crítica da pandemia do novo coronavírus no Brasil, para 13,8 milhões em outubro.

A taxa geral de desemprego de outubro no país ficou em 14,1%, a maior da série histórica da pesquisa da PNAD-COVID-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (1º).

Nas regiões Nordeste (17,3%) e Norte (15,1%) as taxas cresceram. Já Sudeste (14,%) e Centro-Oeste (12,1%) mantiveram-se inalteradas e, no Sul (9,4%) a taxa caiu.

Informalidade continua crescendo

De acordo com a PNAD-COVID-19, o número de trabalhadores informais foi de 29 milhões de pessoas em outubro, equivalente a 34,5% do total de ocupados, representando um aumento de 2,4% na quantidade de informais em relação a setembro e um aumento de 0,3 p.p. na taxa de informalidade.

Confira alguns números:

. A taxa de desocupação entre as mulheres foi de 17,1%, maior que a dos homens, de 11,7%.

. Por cor ou raça, a taxa era maior entre as pessoas de cor preta ou parda (16,2%) do que para brancos (11,5%), isso representou um aumento de 0,1 ponto percentual na taxa entre pretos e pardos enquanto a taxa entre os brancos manteve-se inalterada pelo segundo mês consecutivo.

. Por grupos de idade, os mais jovens apresentaram taxas de desocupação maiores (23,7% para aqueles de 14 a 29 anos de idade);

. Por nível de escolaridade, aqueles com nível superior completo ou pós-graduação tiveram as menores taxas de desemprego (6,8%).

Não trabalhou por causa da pandemia

Em maio, 70,2% das pessoas, embora quisessem trabalhar, não o fizeram por causa da pandemia ou da falta de trabalho na localidade em que viviam.

Esse percentual vem caindo mês a mês: em setembro, 61,3% das pessoas que embora quisessem trabalhar não o fizeram alegaram que o principal motivo estava relacionado à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, e agora em outubro, esta proporção caiu para 58,4%.

Afastamento do trabalho devido ao distanciamento social continua em queda

Dos 84,1 milhões de ocupados, 4,7 milhões estavam afastados do trabalho e 2,3 milhões destes estavam afastados devido ao distanciamento social, representando quedas de 12,7% e 22,0% frente a setembro, respectivamente. Estes indicadores já acumulam quedas de 75,3% e 85,1%, respectivamente, desde o início da pandemia.

A redução dos afastamentos do trabalho devido à pandemia também pôde ser verificada através da redução da proporção de pessoas afastadas por este motivo no total de pessoas ocupadas, que de setembro para outubro, passou de 3,6% para 2,8%. Em maio, este percentual era de 18,6%.

As pessoas com 60 anos ou mais de idade eram as proporcionalmente mais afastadas do trabalho que tinham em função da pandemia, padrão que tem sido observado desde o início da pesquisa, em maio. Em setembro, o índice foi de 8,7%. Em outubro, a proporção reduziu para 7,2%, mas em todos os grupos etários o percentual de afastamento por este motivo caiu.

Número de pessoas afastadas do trabalho sem remuneração cai para 900 mil

Aproximadamente 900 mil pessoas estavam sem a remuneração do trabalho, o representava 19,2% do total de pessoas afastadas do trabalho que tinham. Em setembro este percentual era de 19,8%, e vem caindo consistentemente ao longo da pandemia. A Região Sul teve o menor percentual, 16,3% e a Norte, o maior, 26,8%. Frente a setembro, houve redução do percentual de pessoas nestas condições no Nordeste, Sul e Centro-Oeste, com estabilidade no Sudeste e aumento no Norte.

Número de pessoas em trabalho remoto mantém redução

Em outubro, 94,4% da população ocupada não estavam afastados do trabalho que tinham, contra 93,5% em setembro. Entre os não afastados, os que estavam trabalhando de forma remota (à distância, home office) representavam 9,6% (ou 7,6 milhões de pessoas) da população ocupada que não estava afastada. Em setembro, eles eram 10,4% (ou 8,1 milhões de pessoas).

Esta foi a diminuição mais acentuada no quantitativo de pessoas trabalhando remotamente: em apenas um mês, o indicador teve redução de 477 mil pessoas, similar à queda acumulada de maio a setembro (636 mil pessoas).

A região Norte tinha o menor percentual de pessoas ocupadas trabalhando remotamente (4,1%) e o Sudeste, o maior (12,4%).

O percentual de mulheres que trabalharam remotamente foi de 13,4%, superior ao dos homens (6,9%). Já por grupos de idade não houve grandes disparidades, com ligeira vantagem para as pessoas com 60 anos ou mais (7,6% para pessoas de 14 a 29 anos; 10,4% para 30 a 49 anos; 9,4% para 50 a 59 anos e 10,6% para pessoas com 60 anos ou mais).

Entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto e para os com fundamental completo ao médio incompleto os percentuais foram muito baixos (0,4% e 1,0%, respectivamente), entretanto para as pessoas com nível superior completo ou pós-graduação, 30,0% estavam trabalhando remotamente. Para aqueles com médio completo ao superior incompleto o percentual ficou em 4,9%.

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