Entregadores da Paraíba pressionam, iFood recua e muda sistema de trabalho desigual

Os entregadores e as entregadoras em João Pessoa, na Paraíba, pressionaram o iFood, que recuou e mudou o sistema de trabalho da plataforma digital que foi denunciado como desigual e levou os trabalhadores e as trabalhadoras à greve. 

A categoria encerrou a paralisação após negociar com a empresa e colocar fim nas chamadas sub-praças, sistema que divide o município em regiões e prioriza uma categoria dos entregadores.

De acordo com nota sobre o fim da greve que já durava seis dias, nesta quinta-feira (15), lideranças da categoria anunciaram que, após negociações com a empresa, as chamadas sub-praças foram todas encerradas na capital paraibana.

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O iFood garantiu acabar com as três sub-praças da cidade, uma política que divide o município em regiões e prioriza os entregadores que a empresa define como Operador Logístico (OL) em prejuízo dos definidos como os Nuvens, as duas modalidades de trabalho pela plataforma digital. 

As OL são empresas terceirizadas que fazem a gestão dos motoboys para a iFood e os Nuvens são as pessoas que fizeram o cadastro para realizar as entregas diretamente para a empresa, que ficam com sua oportunidade de entrega muito menor com o tal sistema. 

“Após a negociação com a plataforma iFood, a liderança do movimento optou pela ratificação do acordo de greve, onde as chamadas sub-praças estão extintas na cidade, decidindo assim pelo encerramento do movimento grevista. A decisão pela ratificação foi unânime”, diz trecho da nota, que finaliza: “A greve está oficialmente encerrada, mas as negociações com o iFood não cessam nunca. Seguiremos firmes na luta pela valorização da categoria”. 

Divulgação 

“Foi feito um acordo, mas como sabemos que o iFood trabalha com muita mentira com a gente, mas a qualquer momento se o acordo não funcionar a gente vai parar novamente”, ressaltou um dos entregadores que participou do movimento grevista, Vitor Sotero. 

O que estava acontecendo

A luta dos trabalhadores na Paraíba era justamente acabar com as sub-praças. Isso porque os OL estavam tendo 80% de preferência para os pedidos de determinadas regiões. As nuvens, que é a categoria da qual Vitor faz parte, só 20%. O que fazia com que a diferença de jornada e salários ficassem muito desigual.

“Por isso a briga da gente com o iFood. Queremos igualdade de 50% destas oportunidades. Não é à toa que tem muito OL que participou da greve.  A sub-praça deixa eles presos só na área e a taxa de entrega é baixa. Com o fim do sistema eles vão ficar livres, eles podem rodar mais e fazer dinheiro. E nós também!”, finalizou Vitor.