Escrito por: CUT-RS
Ranolfo Vieira Jr, que assumiu depois da renúncia de Eduardo Leite, ambos do PSDB, quer concluir processo de privatização da Corsan até dezembro
O atual governo entreguista do Rio Grande do Sul retomou nesta terça-feira (30) o processo de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), só que agora sob novo modelo.
A empresa pública divulgou que a intenção do governo Ranolfo Vieira Jr, que assumiu depois da renúncia de Eduardo Leite, ambos do PSDB, é concluir este processo até dezembro.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) barrou o processo de privatização após o ato de manifestação da categoria que ocorreu no mês de junho em união com a sociedade, alegando a falta de transparência nos números da Corsan para efetivar a privatização da estatal.
Após o ocorrido, o governo tucano se manifestou, alegando que abria um novo processo, mudando sua estrutura, desta vez, com o objetivo de leiloar integralmente a estatal e não somente uma parte dela. Este “novo modelo” de privatização já estava previsto, e o Sindiágua/RS sempre procurou manter a categoria ciente desse processo que ainda poderia acontecer.
Data Room
O modelo "data room" serve como uma sala online de arquivos com extrema segurança, onde podem ser armazenados documentos extremamente confidenciais. Interessados devem pagar um valor para conectar à sala e acessar documentos, dados da companhia, visitas técnicas e reuniões.
O Sindiágua/RS, por sua vez, já está tomando as devidas providências e apurando todas as informações referentes a este processo de “data room” e quais documentos a companhia estará disponibilizando para os respectivos interessados. Este serviço necessita de uma tecnologia de ponta para manter os documentos em total sigilo, neste caso, qualquer deslize poderia colocar em risco a confidencialidade das documentações.
Desrespeito
Em meio ao processo eleitoral, a companhia tenta “passar a boiada” desrespeitando o TCE e sua decisão. A entidade afirma que segue a postos para derrubar também este processo de privatização.
O presidente do Sindiágua-RS, Arilson Wünsch, salienta que a Corsan não tem o que vender, pois o valor da companhia se dá em virtude dos contratos que a mesma possui e apenas 32 destes contratos podem ser considerados legalmente válidos para realizar a privatização. De acordo com o presidente do Sindicato, essas ações já estavam previstas.
"Estão colocando em prática o que já sabíamos. Vamos seguir dialogando com os prefeitos de todo o estado, até mesmo aqueles que assinaram o aditivo em dezembro, pois a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (AGERGS), anulou os mesmos. A luta continua dentro e fora da Corsan”, observa o dirigente.
Arilson lembra que este processo ocorre em meio a uma negociação de Acordo Coletivo de Trabalho.
O Sindiágua/RS está em plena atividade e ressalta que neste mês de setembro estará mobilizado, com encontros de delegados sindicais, assembleia geral e ato contra a privatização. Arilson destaca ainda, que a companhia age com uma postura de intimidação, postura condenada pela direção sindical e pela categoria.
“Não vamos nos intimidar, eles querem atravessar os processos para desestabilizar os trabalhadores e trabalhadoras. Não vamos deixar. A Corsan continuará pública e os trabalhadores com seus direitos intactos. Pedimos à categoria que mantenha o foco no cenário político que estamos enfrentando e que permaneça ao lado de quem quer manter a Corsan pública”, reafirma o dirigente.