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Ernesto Araújo depõe na CPI da Covid nesta terça-feira (18). Acompanhe

O ex-chanceler deverá ser cobrado pelas críticas à China, que podem ter atrasado acordo para compra de vacinas e também sobre a compra de remédios sem eficácia contra a Covid-19

Publicado: 18 Maio, 2021 - 08h56 | Última modificação: 18 Maio, 2021 - 10h23

Escrito por: Redação CUT

Valter Campanato/Agência Brasil
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O depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo à CPI da Covid no Senado, que teve inicio às 9h desta terça-feira (18), é um dos que poderão expor o descaso do  presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) no combate à pandemia do novo coronavírus.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, também chamada de CPI da Morte, em referência as mais de 437 vidas perdidas para a Covid-19 no país, apura as ações e omissões (não uso de máscara, aglomerações, defesa de medicamentos sem eficácia e demora para decidir sobre comprar a vacinas contra Covid-19) de Bolsonaro, entra nesta semana em uma fase decisiva.

Os senadores vão interrogar duas testemunhas que saíram do governo sob ataque: Ernesto Araújo e o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.

Os depoimentos podem atingir a gestão de Bolsonaro no combate, ou falta de combate, à pandemia.

Ernesto Araújo deixou o Itamaraty “atirando” no Senado. Demitido em março e abandonado pela articulação política do governo, ele acusou o núcleo do Palácio do Planalto – influenciado por militares e congressistas – de ter perdido “a alma e o ideal”. Até aqui, Araújo poupou Bolsonaro e recebeu manifestações de apoio do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente com quem fazia dobradinha na política externa.

O ex-chanceler foi acusado de atrapalhar o relacionamento com países-chave, como China e Estados Unidos, por causa de posições ideológicas adotadas ao lidar com temas sensíveis aos dois governos. Ele sempre disse, no entanto, que as vacinas hoje disponíveis no Brasil foram negociadas quando ele esteve à frente da diplomacia.

Já Pazuello, que depõe nesta quarta-feira (19), conseguiu aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar calado e não responder  perguntas que possam incriminá-lo. Mas, pode responder quando as perguntas incriminarem outras pessoas.

O habeas corpus concedido pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski não dá a Pazuello o direito de permanecer em silêncio quando for questionado sobre Bolsonaro. A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como capitão cloroquina também recorreu ao STF para ficar calada. Ela depõe na quinta-feira (20).

Pazuello era ministro quando foi avisado da falta de oxigênio no Amazonas e demorou dias para responder aos apelos das autoridades para resolver o problema, contratou a capitão cloroquina e fez uma péssima administração quando precisou negociar a compra de vacinas contra a Covid-19, entre outras trapalhadas.