Escrito por: Luciana Waclawovsky, especial para Portal CUT
As aulas acontecem em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília agora em maio, mas podem ser ministrados em outras regiões caso sejam solicitados por entidades sindicais de qualquer parte do país
Com o objetivo de preparar dirigentes sindicais e lideranças de movimentos populares aos desafios e mudanças que estão aparecendo a partir da conjuntura do pós-golpe de Estado, a Escola Dieese de Ciências do Trabalho preparou para o mês de maio uma agenda de cursos de curta duração para alcançar o maior número de pessoas.
Segundo explicou o coordenador de Educação do Departamento Intersindical de estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, Fausto Augusto Júnior, a ideia é construir e repassar novos conhecimentos, além de desenvolver possibilidades para que dirigentes consigam lidar com desenvoltura em relação a essas situações.
“Historicamente, em toda grande mudança o Dieese vai atrás de conhecimento disponível onde estiver, seja na academia, no mundo do trabalho ou em grupos que desenvolvem novas tecnologias. Quando discutimos a reestruturação produtiva nos anos 1990, fomos atrás das consultorias empresariais, e conseguimos montar estratégias para mostrar ao movimento sindical o que estava acontecendo àquela época”, exemplificou.
Ao longo deste mês a Escola Dieese oferece cursos de ‘Previdência complementar do servidor público’, ‘Comunicação e expressão para dirigentes sindicais’, ‘Estado e processo legislativo’ e ‘Juventude e redes sociais – comunicação para mobilização social na internet’. As inscrições podem ser feitas aqui.
Um dos grandes problemas em relação à aprovação da Reforma Trabalhista, explicou Fausto, foi a pouca capacidade de intervir no Congresso Nacional. Inclusive o próprio movimento sindical já teve maior atuação dentro do Poder Legislativo e foi mais efetivo, continuou.
“Por isso que o Dieese e o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – Diap, resolveram montar um curso para explicar como é o funcionamento da Câmara e do Senado, para ajudar o movimento sindical a estar mais preparado para intervir dentro do Legislativo”, esclareceu o técnico que é doutorando em Educação pela Universidade de São Paulo (USP).
A ideia, segundo Fausto, é dar um panorama sobre como é organizado o Estado brasileiro, a hierarquização dos poderes e o papel de cada um, porque muitas vezes alguns dirigentes acham que as decisões acontecem no Executivo quando na verdade é no Legislativo que tramitam, e vice e versa.
“Depois entramos nos detalhes, como se organizam as leis, como os processos caminham e são organizados, o que são as comissões. A proposta é dar uma noção de como um Projeto de Lei ou uma Medida Provisória andam por dentro do Congresso. Até porque tem campanha eleitoral pela frente e muito dirigente fica preocupado com o Executivo, deixando o Legislativo de lado e depois fica sem representante”, destacou.
Dentro da lógica de buscar conhecimento das novidades e demandas sindicais, onde o Dieese tem o papel de estudar os próximos modelos dentro do movimento sindical, foi pensado o curso voltado à juventude e às redes sociais.
“A maior parte do movimento sindical não sabe lidar com a juventude e muito menos com as redes sociais. Os dirigentes usam muito essa nova ferramenta, mas entre usar e isso ser estratégia de comunicação para ele se comunicar com sua base, é bem diferente. Isso, inclusive, pode se transformar em uma ilusão porque às vezes uma informação é jogada na sua própria bolha, que é fechada, e o dirigente acha que está divulgando para o mundo, mas na verdade está falando só para os convertidos”, alertou Fausto.
Os cursos têm duração de dois dias e os valores são diferenciados para quem é sócio do Dieese.
Direito à moradia
Entre os dias 21 a 25 de maio a Escola realizará a 7ª Semana do trabalho, que irá debater o direito à moradia e luta dos trabalhadores e trabalhadoras sem teto somente para a cidade de São Paulo. A inscrição pode ser feita pelo site da instituição e o material de divulgação pode ser lido aqui.