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Evo reeleito: 'Pátria sim, colônia não!'

Presidente boliviano supera os 60% e governará até 2020

Publicado: 13 Outubro, 2014 - 11h38 | Última modificação: 13 Outubro, 2014 - 11h53

Escrito por: Leonardo Wexell Severo e Felipe Biancho, ComunicaSul, La Paz

Lidyane Ponciano/ComunicaSul
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O presidente Evo Morales com seu vice, Álvaro Garcia Linera

Povo boliviano comemorou até altas horas em frente ao Palácio QuemadoPovo boliviano comemorou até altas horas em frente ao Palácio Quemado“Irmãos e irmãs, obrigado pelo novo triunfo. Seguimos crescendo nesta sétima vitória, com mais de 60% dos votos [O principal opositor de Evo, Samuel Doria Medina, obteve cerca de 25%]. Este é um triunfo dos anticapitalistas e dos anticolonialistas contra o império norte-americano”, afirmou o presidente reeleito da Bolívia, Evo Morales, saudando a multidão concentrada em frente ao Palácio Quemado na noite deste domingo (12).

Em meio a um mar de bandeiras do MAS (Movimento ao Socialismo), faixas de apoio (inclusive chilenas) à saída ao mar para a Bolívia e cartazes de Che Guevara, Evo frisou que a contundente participação democrática representou “um triunfo da nacionalização contra a privatização”. O movimento elegeu 24 senadores dentre 36 e 60 deputados de 130, conforme os resultados extra-oficiais divulgados pelo Tribunal Supremo Eleitoral.

Deputada Brígida QuirogaDeputada Brígida Quiroga“Pátria sim, colônia não!”, enfatizou Evo, frisando que o povo boliviano expressou massivamente que não aceita “somar-se à Aliança do Pacífico, que significa livre mercado para as políticas do Consenso de Washington, para o retorno da Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca) e a privatização dos serviços básicos”. Para nós, acrescentou, os serviços básicos: “são direitos humanos e não das transnacionais”. “Como dizia o subcomandante Marcos [Exército Zapatista mexicano], é preciso governar obedecendo o povo”, salientou.

Evo reiterou a importância das ações conjuntas com a Central Operária Boliviana (COB) e com os movimentos sociais para fazer o país avançar no caminho da justiça e do desenvolvimento, e condenou a “submissão política, ideológica e cultural” da oposição, que sempre pensa pequeno, lembrando que a direita se contrapôs à construção do satélite de comunicação TupaK Katari, pois dizia que isso era para “países desenvolvidos, como os da Europa e os Estados Unidos”.

ENERGIA NUCLEAR

“Da mesma forma, quando pensamos no investimento em energia nuclear para fins pacíficos ou em converter a Bolívia em centro energético da América do Sul, diziam que isso não era para um país como o nosso”, acrescentou.

Recém-eleita, a deputada Brígida Quiroga, do MAS, disse que a votação recebida por Evo reflete o “imenso apoio das bases ao projeto de nacionalização e industrialização, que vem revolucionando a Bolívia, empoderando o povo e redistribuindo renda”.

Presidente do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira foi observadora internacional das eleições bolivianasPresidente do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira foi observadora internacional das eleições bolivianasA presidente do Sindicato dos Trabalhadores Único em Educação de Minas (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira (Bia), que representou o Brasil como observadora internacional, considera que “a eleição de Evo foi muito importante para todos os latino-americanos”.  Para Bia, “a vitória expressa a profunda sintonia do governo boliviano com o povo e espero que, nos próximos cinco anos, os nossos laços políticos, culturais e sindicais se estreitem cada vez mais”.

“Quero parabenizar o ComunicaSul por mais esta iniciativa, por dar visibilidade à pautas com a nossa perspectiva e com o nosso olhar”, concluiu.