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Ex-diretor da Saúde é solto sob fiança e militares criticam presidente da CPI

Ex-diretor paga fiança de R$ 1.100 e deixa cadeia. Antes, militares “ofendidos” com Omar Aziz soltaram nota ameaçadora. Hoje, CPI apura atraso em vacinação

Publicado: 08 Julho, 2021 - 08h14 | Última modificação: 08 Julho, 2021 - 08h24

Escrito por: RBA

Marcos Oliveira / Agência Senado
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Dias deixa a sala da CPI e é levado para a delegacia do Senado, onde ficou por cinco horas preso

A CPI da Covid teve na quarta-feira (7) o dia de maior tensão desde que foi instalada, há dois meses. Foi a primeira vez que um depoente – o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde ,Roberto Dias –, teve pedido de prisão decretado por mentir em seu depoimento.

Dias foi solto ainda na noite de ontem, depois de passar cinco horas na Delegacia do Senado e pagar fiança de R$ 1.100. Mas em meio ao pedido de prisão, o senador Omar Aziz, presidente da CPI, associou o ex-diretor a uma ala de militares (ele é ex-sargento da Aeronáutica) que estaria envolvida em “falcatruas”.

Aziz disse que “os bons” das Forças Armadas devem estar muito envergonhados “com algumas pessoas” que hoje estão na mídia. Segundo ele, porque fazia muito tempo “que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”.

O presidente da CPI chegou observar que nem no tempo da ditadura se acusavam os militares de corrupção – “porque Figueiredo morreu pobre, porque Geisel morreu pobre”. E deu nomes aos bois ao falar da banda podre: “Coronel Guerra, Coronel Elcio, General Pazuello e haja envolvimento de militares…”, declarou.

Nesse momento, Omar Aziz se referiu ao coronel aposentado Glaucio Octaviano Guerra, que teria trocado mensagens com o policial militar de MG Luiz Paulo Dominguettiao coronel Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, e ao ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello.

Reação de militares

Foi então que os militares que ocupam altos postos no governo se incomodaram e reagiram, em nota, afirmando que Aziz “desrespeitou” os militares e “generalizou esquemas de corrupção”. Isso apesar de Aziz ter sido categórico em limitar as críticas a “setores”. Mesmo Assim, a nota do Alto Comando e do Ministério da Defesa afirma que a “narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana”.

E ainda conclui de forma ameaçadora: “As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”. O documento é assinado pelos comandantes Almir Garnier Santos (Marinha), Paulo Sérgio de Oliveira (Exército), Carlos de Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica) e pelo ministro Walter Braga Netto.

Omar Aziz acusou o núcleo militar do governo de estar tentando pressionar o Parlamento, e chegou a cobrar publicamente o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Isso porque Pacheco falou em respeito às Forças Armadas e pediu aos senadores “pacificação e reflexão”. Mas o tom da resposta foi criticado pelo senador Aziz, pois ele observou ter se referido apenas aos militares acusados de irregularidades e que a resposta dos comandantes foi “muito desproporcional” e teve caráter de “intimidação”.

Apesar disso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou ter confiança nas decisões da CPI da Covid e não declarou a nulidade da prisão de Roberto Dias. O pedido havia sido feito pela ala bolsonarista da CPI.

Depoimento desta quinta (8)

A CPI da Covid vai ouvir nesta quinta-feira (8) a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato. A servidora teria recomendado aos estados vacinação de gestantes que tinham recebido a primeira dose da AstraZeneca com qualquer vacina que estivesse disponível , sem comprovação de eficiência.