Escrito por: Redação CUT
Além de Pazuello, grupo de militares também foi agraciado com altos salários pelo governo Bolsonaro
Quase 1,6 mil militares receberam benefícios de mais de R$ 100 mil neste ano, um deles é o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, braço direito do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia da Covid-19 e considerado um dos responsáveis por centenas de vidas perdidas por falta de gestão, de coordenação de ações preventivas e ações de planejamento e coordenação do Sistema Único de Saúde (SUS), que teria evitado pelo menos as mortes por sufocamento em Manaus por falta de oxigêmio nos hospitai.
“É um tapa na cara do povo brasileiro, que está passando por uma das piores crises dos últimos tempos”, disse Elias Vaz sobre os supersalários pagos a militares no governo.
Segundo o novo levantamento, em março este ano, Pazuello recebeu R$ 316.548,44, incluindo o salário de R$ 32.633,40 mais R$ 282.623,84 de verbas indenizatórias.
O campeão de benefícios é o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior. Em junho do ano passado, ele ganhou o total bruto de R$ 818.902,09.
Na sequência estão o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), tenente brigadeiro-do-ar, Luiz Ricardo de Souza Nascimento. Em novembro de 2021, consta o valor bruto de R$ 719.724,85.
Outro beneficiado foi o chefe do Estado Maior, Laerte de Souza Santos, que foi agraciado, em junho de 2021, com um extra de R$ 286.663,36 mais o salário de R$ 34,4 mil, totalizando R$322.496,22.
Elias Vaz afirma que o levantamento será entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU) como um complemento à representação feita em julho deste ano pedindo auditoria detalhada na folha de pagamento das Forças Armadas de 2019 até agora.
O documento aponta que a própria Controladoria-Geral da União (CGU) constatou que militares da ativa estão acumulando cargos e funções e recebendo remunerações que extrapolam o teto constitucional.
Supersalários
Na semana passada, o parlamentar já havia revelado o pagamento de supersalários, no ano de 2020, a um grupo das Forças Armadas que inclui aliados de Jair Bolsonaro, como o candidato a vice na chapa de reeleição do presidente e ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.
De acordo com o relatório produzido pelo deputado, o general Walter Braga Netto recebeu, nos meses de março e junho de 2020, além do salário mensal, o valor bruto de R$925.950,40. O almirante Bento Albuquerque, que ocupou o Ministério de Minas e Energia entre janeiro de 2019 e maio de 2022, recebeu, nos meses de maio e junho, além do salário, o montante bruto de R$ 1.037.015,42.
Já o pagamento de valores extraordinários ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, ocorreu nos meses de julho, agosto e setembro de 2020. A soma, além do salário mensal, é de R$ 731.879,43, valor bruto.
Veja os novos dados
Eduardo Pazuello
Total bruto: 316.548,44
Mês: Março de 2022
Ex-ministro da Saúde
Carlos de Almeida Baptista Júnior
Total bruto: 818.902,09
Mês: Junho de 2021
Comandante da Aeronáutica
Luiz Ricardo de Souza Nascimento
Total bruto: 719.724,85
Mês: Novembro de 2021
Diretor da Anac
Jeferson Domingues de Freitas
Total bruto: 378.184,85
Mês: Maio de 2021
secretário do Ministério da Defesa
Almir Garnier Santos
Total bruto: 398.809,88
Mês: Maio de 2021
comandante da Marinha
Laerte de Souza Santos
Total bruto: 322.496,22
Mês: Junho de 2021
Chefe do Estado maior
Com informações do Congresso em Foco.