Escrito por: Redação CUT
Fabrício Queiroz, que sumiu desde que as denúncias foram feitas, falta no depoimento e alega problema de saúde. Quando trabalhava para Flávio, ele fazia um tour pelas ruas do rio para fazer vários saques
O ex-assessor do senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz, não compareceu nesta quarta-feira (19), para prestar depoimento no Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ), como estava programado. O depoimento foi remarcado para a próxima sexta-feira (21).
Em nota, o MP informou que a defesa de Fabrício alegou uma “inesperada crise de saúde” e a realização de exames médicos de urgência para justificar a ausência. Além disso, os advogados afirmaram falta de tempo hábil para analisar os autos da investigação.
O nome do ex-motorista e segurança do filho mais velho do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), apareceu em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeira (COAF) que apontou movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão em uma de suas contas. O relatório integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que prendeu deputados estaduais no início de novembro.
O relatório também identificou um depósito de Queiroz no valor de R$ 24 mil na conta bancária da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou no início do mês que o valor se referia a um empréstimo feito ao amigo no valor total de R$ 40 mil.
A maioria dos depósitos era feito na conta de Fabrício Queiroz no dia em que os funcionários recebiam o pagamento da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). E os saques eram feitos no dia seguinte. Segundo dados do relatório do COAF, o ex-motorista fez 176 saques entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
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Queiroz fazia um tour pelo Rio para sacar
O COAF descobriu o endereço das agências bancárias onde foram feitos 120 saques. Ao longo do período analisado pelo Coaf, Queiroz fez saques em 30 diferentes agências bancárias localizadas em 14 bairros cariocas. Também há registros de retiradas em Belo Horizonte-MG e Piraí, no Sul Fluminense, segundo o jornal o Globo.
O local com saques mais recorrentes foi o centro do Rio, onde está localizada a sede da Alerj. Queiroz fez 53 saques em sete agências, de onde retirou um total de R$ 212,9 mil, em média mais de R$ 4 mil por operação. Em quatro oportunidades, o PM percorreu as ruas do Centro para fazer saques em dois ou mais endereços. Nos dias 19 e 20 de dezembro, foram feitas retiradas de R$ 5 mil em três agências, distantes 2,7 quilômetros entre si.
Em seguida vem a Barra da Tijuca, onde o ex-assessor parlamentar frequentou cinco unidades, tendo feito nelas 19 saques. Dois deles foram feitos na Avenida Lúcio Costa, há 400 metros do condomínio onde vive o presidente eleito Jair Bolsonaro, amigo de Queiroz há mais de 30 anos.
Queiroz ainda fez seis saques em áreas da Grande Jacarepaguá. Também utilizou agências de bairros da Zona Norte - como Bento Ribeiro, Irajá, Jacarezinho, Madureira e Méier.