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Ex-mulher de Bolsonaro movimentou R$ 9,3 milhões e fez transações 'atípicas', diz PF

Investigadores apuram transferências bancárias feitas por Ana Cristina, que fez a compra de uma mansão em Brasília (DF) avaliada em R$ 2,9 milhões

Publicado: 20 Setembro, 2022 - 16h44 | Última modificação: 21 Setembro, 2022 - 11h14

Escrito por: Redação CUT

Reprodução/Facebook
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A candidata a deputada distrital Ana Cristina Valle (PP-DF), ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL), movimentou R$ 9,3 milhões em operações financeiras entre março de 2019 e janeiro de 2022, depois que o ex assumiu o comando do País, segundo investigações da Polícia Federal (PF).

Os policiais analisaram um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), documento que foi utilizado para fundamentar um pedido à Justiça Federal para investigar uma transferência bancária realizada por Ana Cristina na compra de uma mansão em Brasília avaliada em R$ 2,9 milhões, segundo o jornal O Globo.

De acordo com a reportagem, publicada nesta terça-feira (20), a maior parte dos recursos foram  movimentados pela ex-mulher de Bolsonaro entre junho de 2019 e junho de 2021, sendo registradas transações em sua conta bancária que somaram R$ 4,2 milhões em crédito (entrada) e R$ 4,3 milhões em débitos (saída).

Nesse período, Ana Cristina trabalhou como assessora do vereador Renan Marassi (PL) na Câmara de Vereadores de Resende (RJ), com remuneração de R$ 6,2 mil, e como auxiliar parlamentar da deputada federal Celina Leão (PP-DF) em Brasília, com salário de R$ 8,1 mil. Em junho deste ano, a advogada deixou o seu cargo no Congresso para concorrer a deputada distrital.

Para a Polícia Federal, diz o jornal, o fluxo financeiro na conta da ex-mulher de Bolsonaro é aparentemente incompatível com a sua principal fonte de renda. Com base nessa suspeita, os investigadores pediram autorização judicial para apurar como a advogada adquiriu um imóvel localizado em uma região nobre da capital federal.

Transação atípica

Segundo o relatório financeiro do Coaf, Ana Cristina recebeu também um cheque de R$ 978 mil. O órgão citou ainda uma operação de crédito referente a um investimento de R$ 600 mil feito pela advogada na bolsa de valores em outubro de 2020 e o resgate de R$ 300 mil de um plano de previdência.

Outro lado

A candidata disse que "o Coaf mentiu e praticou fraude" e que pedirá a abertura de investigação contra o órgão. "Não existe nada do que alegaram. Nunca recebi estes milhões em minha conta e provo. Fui ao meu banco e descobri que não existiu nenhuma comunicação de movimentação financeira atípica para o Coaf. Criaram esta mentira apenas para iniciarem um inquérito na Polícia Federal contra mim sem justa causa com o objetivo de prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro", afirmou Ana Cristina em mensagem.