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Falta de segurança denunciada por Sindipetro adia retomada da operação na Replan

Refinaria de Paulínia só voltará a operar quando comprovar a ANP condições de segurança adequadas para os trabalhadores

Publicado: 27 Agosto, 2018 - 11h13

Escrito por: Redação CUT

Sindipetro-SP
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A direção do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) se reuniu com a gerência da Refinaria de Paulínia (Replan) na tarde da última sexta-feira (24) para discutir encaminhamentos sobre segurança antes do reinício da operação nas unidades não atingidas pela explosão e incêndio na madrugada de segunda-feira (20). A empresa queria retomar as operações nessas unidades nesta quarta-feira (29).

Os dirigentes entregaram à gerência geral da Companhia uma pauta com seis pontos, que foram levantados junto aos trabalhadores da Replan, principalmente com os operadores das áreas afetadas pelo acidente.

No final do dia, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) comunicou à Petrobras a medida cautelar de interdição da Replan. De acordo com o órgão, a medida tem a finalidade de garantir a segurança operacional das instalações e evitar novos acidentes, diante a possível retomada da operação nas unidades que não foram afetadas no acidente. A Refinaria só voltará a operar quando comprovar à ANP condições de segurança adequadas para os trabalhadores.

Na reunião com a gerência, o Sindipetro Unificado-SP reivindicou o isolamento total das unidades de craqueamento e destilação afetadas pelo incêndio; apresentação do plano de operação das áreas com a revisão dos procedimentos envolvendo tratamento de águas ácidas para todos os setores envolvidos com as mudanças decorrentes do sinistro; plano de partida, contendo o relatório de inspeção de todos os equipamentos afetados; criação de um grupo de trabalho, entre Sindicato e empresa, com participação de representantes da base para tratar do tema manutenção; fim do descarte de salmoura sem tratamento, o que pode contaminar as águas do Rio Atibaia, que abastecem várias cidades da região; e respeito integral ao número mínimo vigente de trabalhadores.

“Com o sinistro, a condição operacional mudou. O tanque de águas ácidas não existe mais e duas unidades, uma de craqueamento e outra de destilação, terão que ficar paradas por meses. Ainda não se tem a dimensão exata do que esse acidente provocou”, afirma o diretor do Unificado Arthur Bob Ragusa.

O acidente ocorrido às 00h51 do dia 20 afetou três unidades: U-683 (Unidade de Tratamento de Água Ácida), U-220A (Unidade de Craqueamento Catalítico) e U-200 (Unidade de Destilação Atmosférica), tendo início com a explosão do tanque TQ-68301, da U-683, seguido de incêndio do material inflamável contido no tanque, que se espalhou pelas outras duas unidades e em parte da tubovia principal. O fogo foi completamente extinto por volta das 4 horas da manhã, permanecendo o trabalho de rescaldo e resfriamento até o final da tarde do dia 20.

A ANP informou que já deu início ao processo administrativo de investigação de incidente e a direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindicato responsável vão continuar acompanhando todas as etapas.

SPIE suspenso

Além da interdição da ANP, o Instituto de Petróleo, Gás e Biocombustível - IBP suspendeu cautelarmente o Certificado de Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos (SPIE) da Refinaria, atribuindo como "Acidente Ampliado" a explosão que ocorreu no dia 20.

"Aplicar 'Suspensão Cautelar' ao Certificado de SPIE da Petrobrás Replan, a partir desta data (21/08/18), até que seja enviado, ao OCP/IBP, relatório detalhado com as causas que levaram ao acidente, ações implementadas e conclusões".

A certificação do SPIE está prevista no ANEXO II da NR-13, do Ministério do Trabalho e Emprego, e tem como objetivo condicionar inspeção de segurança e operação de vasos de pressão, caldeiras e tubulações.

Com apoio Alessandra Campos, Sindipetro Unificado-SP e FUP