Fazendas de Eike Batista e Henrique Alves são ocupadas
Ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas do MST
Publicado: 27 Julho, 2017 - 10h48 | Última modificação: 27 Julho, 2017 - 10h52
Escrito por: por Redação RBA
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) continuou na madrugada desta quarta-feira (26) sua Jornada Nacional de Lutas. Eles ocuparam a fazenda do empresário Eike Batista, em São Joaquim de Bicas (MG), e perímetro irrigado no Rio Grande do Norte do ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB).
Segundo o MST, as terras de Batista, ocupadas por 200 famílias, encontram-se abandonadas, depois de terem sofrido crimes ambientais devido à exploração mineral desordenada. "O MST reivindica aos órgãos ambientais responsáveis a notificação e fiscalização, visto que as violações cometidas nesta área fazem parte de uma lista extensa de crimes de Eike Batista", afirma o movimento, em nota.
Já o perímetro irrigado do ex-ministro do governo Temer é conhecido como "Projeto da Morte", palco de conflito e resistência camponesa contra o processo de instalação do agronegócio na região desde 2012.
Desde ontem, o MST ocupa terras de figuras públicas investigadas por corrupção, como o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira; o presidente do PP, Ciro Nogueira; o ministro da Agricultura Blairo Maggi e também o Coronel Lima, ex-assessor e amigo pessoal de Temer.
Os camponeses pedem que as terras "oriundas de dinheiro sujo" sejam usadas para a reforma agrária. "A fazenda do Coronel Lima, homem laranja de Temer, não tem nenhum laço de produtividade e já foi ocupada pelo MST em outros momentos. Por ser uma área com possibilidade real de ser fruto de corrupção, reivindicamos para a reforma agrária", aponta João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Segundo Rodrigues, os camponeses continuarão a ocupação até o próximo dia 2, quando está prevista a votação da autorização para que a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer seja encaminhada para o STF.