Escrito por: Tatiane Cardoso, da CUT-RJ

Fazer festa de Réveillon é colocar o lucro acima da vida, diz presidente da CUT-Rio

Sandro Cézar critica decisão das autoridades cariocas de realizar a festa apesar do surto de Influenza A e da variante ômicron que vem se espalhando pelo mundo todo

Alexandre Macieira/Riotur

A confirmação da festa de Réveillon na capital fluminense, apesar do surto da gripe Influenza A e do aumento de casos de Covid-19 ligado a variante ômicron, foi definida pelo presidente da CUT-Rio, Sandro Cezar, como uma opção pelo lucro, o que, neste caso, sigifica desprezo pela vida.

“Isso é literalmente colocar o lucro acima da vida”, disse o dirigente que é da área da saúde, preocupado com as aglomerações que podem disseminar ainda mais a gripe e a nova e mais transmissível cepa do coronavírus.

Ao contrário de autoridades de várias capitais do Brasil e na Europa, que cancelaram a festa da virada de ano e aumentaram as restrições para conter a Covid-19, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que vai bancar inteiramente a festa com verbas públicas, disse que vai colocar 10 pontos de queima de fogos no Rio, disse o presidente da CUT Rio. Ele tem o apoio do governador, Claudio Castro (PL), ressalta o dirigente.

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A única proibição é para quem chega de carro para assistir a queima de fogos em Copacabana, bairro com a festa mais tradicional do mundo. No transporte público não vai ter esquema especial, como sempre aconteceu nos anos anteriores.

Insanidade e irresponsabilidade sanitária

Para Sandro Cezar, trata-se de uma insanidade, pois todos sabem que mesmo sem shows, a queima de fogos é um atrativo para milhares de pessoas do país inteiro e, com certeza, vai provocar aglomeração.

“Teremos ainda turismo interno e externo e a decisão de não cancelar o Réveillon é uma  irresponsabilidade sanitária”, alertou Sandro Cezar.

Os dados sobre a gripe e a ômicron não parecem preocupar as autoridades cariocas. Segundo o próprio governo do estado, em relatório divulgado na última sexta-feira (10), as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da capital registraram aumento de 2.647% de procura de pacientes com sintomas de síndrome gripal. Para piorar a situação, não há vacinas nos postos de saúde e o índice de vacinação está abaixo do esperado para se obter um controle de contaminação pelo vírus.