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Fentect entra na justiça para garantir renda dos trabalhadores do grupo de risco

Correios quer cortar benefícios e até salários dos trabalhadores e das trabalhadoras que estão afastados por serem do grupo de risco do novo coronavírus. Federação luta para derrubar decisão da empresa

Publicado: 27 Março, 2020 - 13h39 | Última modificação: 27 Março, 2020 - 13h44

Escrito por: Redação CUT

Divulgação
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Nesta sexta-feira (27), a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) entrou com uma ação na 15° Vara de Trabalho de Brasília para garantir salário integral dos trabalhadores e das trabalhadoras do grupo de risco e outros afastados pela pandemia do novo coronavírus.

A ação é uma resposta ao anuncio da Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (ECT) de que iria suspender os pagamentos de adicionais, de benefícios e até de salários dos trabalhadores e das trabalhadoras que podem até morrer se forem contaminados pelo vírus.

“A empresa demonstra claramente que prefere o dinheiro em detrimento das vidas dos funcionários. Essa é uma forma de penalizar financeiramente os trabalhadores dos grupos de risco que podem contrair o vírus a qualquer momento”, diz trecho do comunicado que a Fentect está distribuindo em massa aos trabalhadores, trabalhadoras e toda a população do país para explicar a posição da empresa e a luta da entidade de manter renda e a sobrevivência da categoria.

Outra preocupação da categoria, segundo o documento, é que a empresa sequer fornece o Equipamento de Proteção Individual para aqueles que estão arriscando suas vidas.

“Além de punir esses trabalhadores, ela sequer consegue disponibilizar os materiais necessários para proteger aqueles que ainda continuam nos seus postos de serviço”, destaca outro trecho do documento.

Veja o comunicado na íntegra:

FENTECT ENTRA NA JUSTIÇA PARA GARANTIR SALÁRIO INTEGRAL DOS TRABALHADORES DO GRUPO DE RISCO E OUTROS AFASTADO PELA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS

Os Correios anunciaram a suspensão de pagamentos como adicionais de atividade (AADC, AAG e AAT), de Funções de Atividade Especial, Adicional por trabalho aos fins de semana e benefícios como o vale-transporte. A medida foi anunciada pela direção da ECT, o que demonstra uma desumanidade com os trabalhadores afastados pela pandemia do novo Coronavírus.

A empresa demonstra claramente que prefere o dinheiro em detrimento das vidas dos funcionários. Essa é uma forma de penalizar financeiramente os trabalhadores dos grupos de risco que podem contrair o vírus a qualquer momento.

Além de punir esses trabalhadores, ela sequer consegue disponibilizar os materiais necessários para proteger aqueles que ainda continuam nos seus postos de serviço. Essa medida mostra o alinhamento de ideias do presidente Floriano Peixoto ao do presidente JAIR Bolsonaro, que pensa que para superar essa crise humanitária tem que jogar a conta nas costas dos trabalhadores, suspendendo contrato de trabalho, cortando salários e diminuindo verbas remuneratórias para atender os patrões.

Em vez de medidas como essa, a empresa deveria cumprir o que prometeu e seguir o exemplo de outros países que estão ampliando distribuição de renda para o povo como modo de diminuir os efeitos na economia devido ao surto mundial do Coronavirus.

A FENTECT entrou com uma ação (0000284-61.2020.5.10.0015) na 15° Vara de Trabalho de Brasília para garantir que os ecetistas não tenham nenhum prejuízo de natureza salarial, e esperamos que a justiça acolha o pedido, protegendo o maior patrimônio da ECT que são os trabalhadores. Repudiamos veementemente essa ação dos Correios que nega o direito universal à saúde e retira os direitos trabalhistas. Vamos continuar lutando para assegurar os direitos, a saúde e a dignidade dos nossos trabalhadores. NOSSA VIDAS VALEM MAIS QUE O LUCRO!